Na quinta-feira, Alexandre Gallo, coordenador técnico das categorias de base da CBF, esteve em Porto Alegre. Acompanhou na Arena o empate entre Grêmio e Newell's Old Boys de olho em Wendell e Luan. No Beira-Rio, foi recebido pelo presidente Giovani Luigi. Esta foi apenas uma das muitas viagens no mais audacioso projeto desenvolvido para buscar a inédita medalha de ouro olímpica. Gallo, ex-auxiliar do Grêmio e ex-técnico do Inter, e que tem recebido rasgados elogios do presidente José Maria Marin, é o comandante deste processo, que busca entre outras coisas, descobrir jovens jogadores brasileiros pela Europa.
- Como foi a visita a Porto Alegre? O que você achou das atuações do Wendell e do Luan na quinta?
Gallo – São dois jogadores que estamos monitorando. Já tinha visto três ou quatro jogos pela TV, mas claro que vendo no estádio é diferente. Tive uma conversa muito boa com o Enderson Moreira, aí dá para entender qual é a melhor posição para o atleta, como podem render melhor. Os dois tem todas as condições de servir a seleção. Também estive no Inter com o presidente Luigi, conheci o novo Beira-Rio, está muito bonito. Lá estou observando o Otávio, João Afonso, Eduardo e Leandro.
- Você está fazendo esse trabalho de acompanhamento com muita intensidade. Como foi a viagem para a Europa em busca dos jovens brasileiros que saíram cedo do país?
Gallo – Fizemos um mapeamento de todos os dados. Para você ter uma ideia, tem 32 atletas nascidos em 1995 jogando em grandes clubes da Europa. Tem jogador no Manchester Cty, Manchester United, Benfica, Hannover, Fiorentina e Milan. Estive lá para fazer uma visita, com a permissão dos clubes. Deixei as coisas bem claras, conversei com os treinadores e abri as portas da seleção brasileira. Vi vários jogos, além de fazer o trabalho para fidelizar os atletas que já tem participado da sub 20, como o Fabinho, do Mônaco, Douglas Santos, da Udinese, Rafael Alcântara, do Celta, Felipe Augusto, do Rio Ave e do Lucas Piazon, do Vitesse. Em maio, no Torneio de Toulon, já poderemos ter novidades.
- É a primeira vez que se faz um trabalho deste nível na CBF?
Gallo- Sim, e vamos repetir todos os anos, porque a saída de atletas brasileiros é constante, e cada vez mais cedo. Para se ter uma ideia, em cada clube que eu ia acabava descobrindo mais dois ou três atletas também brasileiros. É muito difícil nas próximas Copas não ter jogadores nascidos no Brasil em quase todas as seleções.
- Você acumula o cargo de observador técnico da seleção principal, e viu no estádio o último jogo da Croácia (empate contra a Suiça), adversária do Brasil na estréia da Copa. O que achou?
Gallo – Tem um sistema defensivo bem fortalecido, uma característica bem européia mesmo. Temos um levantamento completo, os últimos 30 gols que eles fizeram estão mapeados, agora vendo no estádio é melhor, tem uma dinâmica diferente, dá para perceber o direcionamento de jogo, setores e lados preferenciais. Já passei o relatório para o Felipão, Parreira e Murtosa.