Ainda não vai ser desta vez que o futebol feminino levará a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Na verdade, essa foi a pior campanha das meninas nesta competição, que tem a modalidade desde 1996. A derrota contra o Japão por 2 a 0 na tarde desta sexta-feira em Cardiff, no País de Gales, tirou a chance da seleção levar outra medalha, e as nipônicas vão às semifinais para enfrentar a França.
O Brasil não jogou mal. Houve um domínio por praticamente 90 minutos. Mas poucas chances tiveram alguma finalização, principalmente por causa da insistência no jogo aéreo. Mas a baixa estatura atrapalhava.
Do outro lado, não havia uma equipe qualquer. O Japão venceu o Mundial no ano passado e tem no meio-campo a atual melhor jogadora do mundo: Sawa. Ela acabou sendo bem mais efetiva do que Marta, que não brilhou nos Jogos Olímpicos. E o jogo deixou claro que a derrota contra a Grã-Bretanha fora fatal.
O jogo
O primeiro tempo teve domínio do Brasil. O problema é que o gol não saiu e nos poucos momentos de brilho do Japão, houve perigo, como no primeiro lance do jogo. Ohnu matou a bola no peito e acertou um bonito chute, obrigando a goleira Andreia a trabalhar logo.
Depois desse lance, o Brasil começou a dominar o meio-campo. O Japão esperava a bola para transições velozes, mas, desta vez, ao contrário do jogo contra a Grã-Bretanha, a marcação no meio funcionava.
Renata Costa estava mais avançada, Thaisinha flutuava na frente pelos dois lados, e Marta organizava as jogadas em conjunto com Formiga. Quando a bola chegava na frente, Cristiane levava perigo, mas a primeira grande chance foi de Renata, aos 16 minutos: cruzamento de Rosana, a zaga não cortou, e sobrou para a brasileira, que da marca do pênalti chutou por cima.
As poucas vezes em que o Japão chegava eram através de Sawa. Após lindo passe, Kinga teve boa chance, mas foi desarmada. Na jogada seguinte, lindo chute de Formiga, e defesa melhor ainda de Fukumoto.
O lance parece ter acordado as japonesas, que enfim conseguiram manter a posse de bola. Na sequência, foram duas chances, uma com Ohno e outra com Miyama. Na terceira, as nipônicas não perdoaram. Ogimi recebeu bom passe, a defesa vacilou, e a atacante saiu na cara de Andreia, e o chute veio bem colocado para abrir o placar: 1 a 0 para o Japão.
Segundo tempo
No início da etapa final, o Brasil demonstrava nervosismo. Nos primeiros 10 minutos, Marta levou um cartão amarelo, e logo depois deixou o pé em uma adversária. De qualquer forma, estava mais difícil sair para o ataque, o Japão valorizava a posse e marcava muito bem, jogava com inteligência. A melhor chance tinha sido em cobrança de falta de Marta, que passou perto do gol de Fukumoto.
Pouco depois, o Brasil melhorou e teve boas chances. Uma finalização de Cristiane passou muito perto. Rosana e Marta cresceram bastante e o jogo tornou-se uma pressão, assim como no primeiro tempo. Porém, muitos cruzamentos na área eram desperdiçados. E do mesmo jeito que estava a etapa inicial, depois do domínio brasileiro, veio o gol japonês.
Ohno recebeu lindo lançamento, limpou a zaga brasileira e finalizou de canhota, sem qualquer chance para Andreia. Depois disso, a seleção perdeu o ânimo para uma possível reação. Até teve algumas chances, mas a eliminação acabou vindo mais cedo do que o esperado, e a esperança do ouro no futebol ficou para os homens.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0X2 JAPÃO
Local: Millenium Stadium, Cardiff, País de Gales
Árbitra: Kirsi Heikkinen (Finlândia)
Gols: Ogimi (26'/1ºT), Ohno (28'/2ºT)
Cartões amarelos: Marta e Bruna (Brasil); Sakaguchi (Japão)
Cartões vermelhos: -
BRASIL: Andreia, Fabiana, Bruna, Erika, Renata Costa (Grazielle, 39'/2ºT) e Rosana (Ester, 34'/2ºT); Francielle, Thaisinha e Formiga; Cristiane e Marta. Técnico: Jorge Barcellos
JAPÃO: Fukumoto, Kinga, Iwashimizu, Kumagai e Sameshima; Xakaguchi, Miyama, Kawasumi e Sawa; Ohno (Ando, 34'/2ºT) e Ogimi (Takase, 43'/2º). Técnico: Norio Sasaki
Amargo
Seleção feminina de futebol perde para o Japão e fica sem chance de medalha
Equipe brasileira foi derrotada por 2 a 0 na sua pior campanha em Jogos Olímpicos, desde 1996
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