
A decisão da comissão técnica que comanda a natação brasileira na Olimpíada de Londres de deixar Cesar Cielo fora das eliminatórias do revezamento 4x100m livre deu o que falar neste domingo. Além de o Brasil não ter se classificado para a final com a ausência do recordista mundial dos 50m e 100m livre, a comissão técnica do país recebeu críticas do exterior por não ter escalado o astro da Seleção.
No Centro Aquático, o quarteto formado por Bruno Fratus, Marcelo Chierighini, Nicolas Oliveira e Nicholas Santos marcou o tempo de 3m16s14, ficou em nono lugar e não avançou à disputa pelo ouro.
A intenção da comissão técnica brasileira, liderada pelo treinador Alberto Silva, era a de poupar Cielo para as eliminatórias dos 100m livre, que começam na terça-feira. Em caso de classificação à final, ele poderia integrar o quarteto do país.
O fato gerou críticas da imprensa internacional especializada em natação. A revista "Swimming World", uma das mais respeitadas do mundo no assunto, publicou em seu site um artigo assinado por John Lohn em que ele classifica a ausência de Cielo como uma das mais "idiotas" dos Jogos de Londres.
Já o site Swim News, também referência das piscinas, escreveu que o Brasil não aprendeu com o erro cometido no Mundial de Xangai (CHN) do ano passado, no qual adotou a mesma tática de poupar Cielo e novamente ficou fora da decisão.
De qualquer forma, a estratégia foi contra os objetivos da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Antes da Olimpíada, o supervisor Ricardo de Moura disse que uma das metas na Inglaterra era superar o número de finais dos Jogos de Pequim-2008, que foram seis.
A Itália, oitava e última classificada para a final, foi apenas 36 centésimos mais rápida do que o Brasil (3m15s78) - diferença que poderia ser tirada se Cielo nadasse.
Bruno Fratus, um dos que nadaram o revezamento, afirmou após a eliminação que o time precisa evoluir:
- Fiz uma prova bem dividida, muito boa, mas a nossa equipe precisa evoluir um pouquinho ainda.