A quarta-feira (28) de reapresentação do grupo de jogadores do Inter foi marcada por uma entrevista de D'Alessandro. Nela, o camisa 10 falou sobre diversos temas, como a temporada de retorno à Série A, permanência de Odair Hellmann no comando do time, Copa Libertadores da América, aposentadoria e até eleições presidenciais do clube.
Quando abordou a atual edição da Libertadores, que ainda não tem campeão definido, em virtude dos incidentes ocorridos no último dia 23, data em que a segunda partida decisiva deveria ter sido realizada, o ex-jogador do River Plate e da Seleção Argentina foi um duro crítico.
— Eu também me sinto envergonhado porque a gente não fala só de futebol quando acontecem essas coisas. A gente tem que ultrapassar esta barreira do futebol e falar de sociedade. Eu gostaria de vir aqui e falar pra vocês de coisas boas do meu país, que é bonito. Eu tenho uma família lá, sou argentino com muito orgulho, mas infelizmente hoje não tem como — disse o jogador de 37 anos, que afirmou ainda não enxergar grandes perspectivas de melhora.
— Se eu vejo melhorias daqui um tempo? Eu acho muito complicado. A nossa sociedade está passando por um momento econômico difícil, falta emprego, faltam muitas coisas na Argentina. E isso infelizmente é levado para o futebol. As pessoas descarregam toda a sua raiva no futebol. Não são todos também, a gente tem que separar o torcedor genuíno do torcedor que vai para bagunçar.
Sobre a realização ou não do segundo jogo entre River Plate e Boca Juniors, D'Alessandro disse esperar que ele ocorra em território argentino.
— Todos esperamos que aconteça o jogo. Eu espero que seja na Argentina porque esse torcedor que trabalhou um mês todo para juntar peso por peso argentino para comprar um ingresso, que vale uma fortuna, que é muito caro, de repente ele não vai ter a possibilidade de assistir o jogo. Então eu acho que esse (torcedor) merece. Mas claro que não depende de nós, que podemos torcer para o jogo acontecer.
O jogador que foi campeão olímpico com a Argentina, em Atenas 2004, ainda criticou a forma como o futebol vem sendo tratado na América do Sul.
— O futebol hoje está sendo muito jogado fora das quatro linhas e isso é o que estraga o nosso futebol, não só brasileiro ou argentino, mas sul-americano.
Até o momento, a Conmebol ainda não definiu onde será realizado o segundo confronto, que estava programado para o Estádio Monumental de Núñez, casa do River Plate.