Como todo "torcedor que se preze", sou um eterno pessimista. Sempre me vacino para evitar grandes decepções. A cada começo de Gauchão, tenho certeza de que o São Paulo-RG vai ser rebaixado. Antes dos derbys entre Torino e Juventus, sempre penso que o Toro será mais uma vez goleado. Na Copa do Mundo, espero insone pelo título argentino que terminará com os 20 e tantos anos de flauta.
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Assim, quando as tragédias ocorrem, já estou tranquilo. E, quando tudo dá certo, comemoro como se não houvesse amanhã.
Então, fico imaginando como estão os "torcedores que se prezem" do River Plate, ansiosos pelos fiascos que se aproximam. O primeiro é perder a Libertadores em casa para um time mexicano, que nem da Conmebol é. Daí, já vem à memória o título do Boca diante do Cruz Azul.
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Para piorar, passada a ferida da derrota, começará a expectativa para o Mundial de Clubes. Seria a primeira vez que o representante sul-americano não tem o nome gravado no troféu da Libertadores.
O Mundial de Clubes, atualmente, é o pior campeonato possível. Como conversei esses dias com o Moisés Mendes, nada é pior do que disputar a competição da Fifa.
Trata-se de um campeonato que dá apenas uma possibilidade: fazer fiasco. Seja perder na semifinal, como Inter e Atlético-MG para Mazembe e Raja Casablanca, ou ser goleado/humilhado na final, como Santos (4 a 0 para o Barcelona) e San Lorenzo - que só faltava implorar para o Real Madrid parar de atacar no ano passado.
A distância para os europeus está grande demais para pensarmos que seja possível repetir o Inter de 2006 ou o São Paulo de 2005. Talvez nem a partida perfeita do time de Abel ou aquela atuação mágica de Rogério Ceni sejam suficientes para evitar que o Barcelona faça uns quatro ou cinco a zero em dezembro.
Com todo esse cenário sombrio em mente, como um torcedor do River pode pensar na glória que seria vencer a Libertadores no ano em que Tevez voltou à Bombonera? Como imaginar o júbilo de ganhar a Copa após ter eliminado o grande rival nas oitavas porque alguns torcedores cometeram um atentado no intervalo do Superclássico? De que jeito sonhar com o título depois de ter vivido o êxtase de ter eliminado o campeão brasileiro com um 3 a 0 no Mineirão?
Não tem como. Nenhum "torcedor que se preze" acredita em tamanha bênção.
Força, River!
Amanhã, dá Tigres, 4 a 0.