A raça argentina e a corintiana duelaram nesta quarta-feira, na Bombonera. Sobraram intimidações, botinadas e empurra-empurra na batalha que terminou com a vitória por 1 a 0 do Boca Juniors sobre o Corinthians.
A decisão pelas oitavas de final da Libertadores agora vai para o Pacaembu, no dia 15 de maio. O Timão tem de vencer por dois gols de diferença para se classificar. Se vencer por 1 a 0, a disputa vai para os pênaltis. O Boca pode empatar ou até perder por um gol, desde que faça um fora de casa, que se garantirá nas quartas. Quem passar enfrentará o vencedor de Vélez Sarsfield x Newell's Old Boys.
No primeiro tempo, não houve chance clara de gol para nenhuma das equipes. A equipe de Tite teve duas chances no começo, com Emerson Sheik, após boa jogada pela direita de Paulinho, mas o atacante bateu por cima do gol. Depois, Danilo arriscou duas finalizações de fora da área, que pararam nas mãos do goleiro Orion.
Para Riquelme, o Boca era favorito ainda mais por ter "seis títulos contra um do rival". Mas o craque foi descartado horas antes da partida e assistiu ao duelo das tribunas. Os argentinos usaram o fator casa para se imporem, mas não souberam transformar a iniciativa em boas oportunidades. A melhor só chegou aos 33 minutos, quando Martínez lançou Sánchez Miño que, de cabeça, tentou encontrar Blandi livre na área. Cássio foi mais esperto e se antecipou para ficar com a bola. Outras duas cabeçadas, de Burdisso e Blandi, assustaram.
O clima era pesado e as divididas não deixavam dúvidas. Erbes foi com tudo para tirar uma bola de Sheik. Ralf tomou as dores dos companheiros e não economizou na força. Após escanteio, Guerrero esbarrou em Orion. Paulo André foi na onda e tentou atrapalhar a saída do goleiro e deu outros dois encontrões. Levou cartão amarelo e foi empurrado por Somoza. Foi o clima da Bombonera desenhado em uma só jogada.
No segundo tempo, Danilo saiu logo no começo com dores musculares para a entrada de Jorge Henrique. Curiosamente, Jorge havia saído por conta de dores musculares no ínicio da primeira final do ano passado contra o Boca, na Bombonera - em 2012, o jogo terminou 1 a 1.
As discussões voltaram depois que Gil fez uma falta em Martínez, após encostar o braço no rosto do argentino. Guerrero e Burdisso discutiram e também levaram amarelo. A falta, perigosa, foi cobrada por Sánchez Miño, mas Cássio defendeu com segurança.
Aos 13, o Boca abriu o placar. Alessandro não conseguiu afastar bem a bola e ela caiu nos pés de Erbes. O volante errou o chute, mas a bola sobrou para Blandi, na cara de Cássio, empurrar para as redes.
Cinco minutos depois, Romarinho quase aprontou mais uma na Bombonera, assim como havia sido em 2012, quando empatou o duelo no primeiro toque após entrar. Sheik cruzou, a zaga afastou e o camisa 14 bateu de primeira, sem pulo. Lindo chute que Orion desviou para escanteio.
Aos 24, Romarinho fez outra boa jogada e puxou bom ataque pelo meio, encontrando Guerrero pela esquerda, na entrada da área. O peruano arriscou colocado e acertou a trave. No rebote, Paulinho chutou por cima.
Após pequena pressão do Timão, Cássio foi sair com a bola para Gil e jogou a bola com a mão fora da área. O árbitro marcou tiro livre indireto. Blandi cobrou, mas a bola desviou e saiu para escanteio. Aos 37, outro susto - ainda maior - para a torcida corintiana. o goleiro corintiano não segurou a bola e deu rebote, que Ledesma pegou e jogou para o fundo das redes. O árbitro anulou corretamente por impedimento.
Antes, porém, o volante havia tirado a camisa na comemoração e levou cartão amarelo. Dois minutos depois, ele cometeu falta, recebeu o segundo amarelo e acabou expulso.
O Timão voltará para São Paulo no fim da tarde desta quinta-feira, e retornará aos treinas na sexta, no CT Joaquim Grava. No próximo domingo, os comandados de Tite enfrentarão o rival São Paulo pela semifinal do Paulistão Chevrolet, no Morumbi. O Boca, que não vence há dez jogos no Argentino, também terá um páreo duro: pegará o River Plate, seu maior rival.