D'Alessandro e Roger foram adversários lá no início do século, quando jogavam por River Plate e Grêmio. Mais tarde, voltaram a ficar em lados opostos, especialmente quando o argentino estava no Inter. Por isso, a parceria de agora pode parecer estranha. Mas a sintonia entre os dois tem sido excelente, atesta o agora diretor esportivo colorado.
— Roger tem sido um parceiro muito bom, não tenho nada a falar — resume D'Alessandro.
Ele detalhou a relação:
— Não nos conhecíamos. Tínhamos amigos em comum que já tinham me falado muito bem dele, e as referências dele como pessoa pude confirmar agora, nesses dois meses em que estou trabalhando no clube.
Para D'Alessandro, "essa proximidade com os jogadores e com o treinador depende deles", com o cuidado de "não passar dos limites de comissão técnica e atletas".
— Quero deixar claro que somos um complemento, tá? Apenas damos sequência à comissão. O que faço é estar próximo deles e dos jogadores, aliviar o trabalho de todos. Deixar que Roger se preocupe só com o campo. E, assim, ele faz essa gestão do grupo. É um cara que se preocupa com isso. É o comandante, o nosso treinador. Mas fazemos o que pudermos tirar dele do dia a dia, para não perder o foco, poder trabalhar, permitir que Paulo Paixão trabalhe — amplia.
Claro que a história de Roger, multicampeão com o Grêmio, influencia. Apesar da dúvida original, por conta dessa identificação, o momento colorado reduziu qualquer bronca com a torcida.
— É profissão. E profissionalismo. Não podemos esquecer da história do Roger como atleta, é inegável. Foi pelo outro lado, com outra camisa. Mas temos de aproveitar o vencedor que ele foi, a experiência que teve de um cara que conquistou tantos títulos. Ele tem um caminho, um atalho. Quando fala, passa um recado. A parte de torcida fica na arquibancada. E os nossos resultados ajudam a deixar tudo mais leve — finalizou D'Alessandro.