Em 2 de março de 1989, o Inter estava na Venezuela para enfrentar o Marítimo pela Libertadores. No dia anterior àquele 1 a 1, com gol de Diego Aguirre, o Delfín Sporting Club era fundado. O adversário do Colorado nesta quinta-feira (25) foi o pilar para que Manta, cidade que recebe o jogo das 23h, e seus 258 mil habitantes superarem uma tragédia.
Em 16 de abril de 2016, o chão de Manta tremeu com força. Um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter resultou em 670 mortos, deixou milhares de feridos e abalou a vida de todos os habitantes do local.
As belezas naturais da cidade litorânea equatoriana deram lugar a destroços e sofrimento. O Delfín virou referência no recolhimento de donativos.
— A verdade é que foi um momento muito desagradável, tive que vivê-lo lá no fundo, numa cidade que sofreu muito com aquele fenômeno natural. Uma sensação horrível, difícil de explicar, parecia que a terra estava te engolindo — destacou Maximiliano Barreiro, então atacante do Delfín.
O papel social desempenhado por El Cetáceo foi além da ajuda humanitária. Enquanto Manta se reconstruía, o time tentava ser um motivo de orgulho. Foi um golpe duro para um clube que há pouco regressava à elite do futebol equatoriano, após anos militando nas segunda e terceira divisões. O Estádio Jocay, palco que receberá o Inter, teve uma de suas arquibancadas colocadas abaixo devido aos danos causados pelo tremor.
Naquele ano, fez o suficiente para evitar o rebaixamento. Na temporada seguinte, venceu o primeiro turno do Equatorianão, mas perdeu a final para o Emelec. O primeiro e único título nacional foi conquistado em 2019.
Situação em 2024
São seis participações em competições internacionais, três na Libertadores e três na Sul-Americana. Nesta edição da Sula, é o líder do Grupo C, com vitória sobre o Real Tomayapo e empate com o Belgrano.
A situação contrasta com a campanha no campeonato local, onde ocupa a 14ª colocação, com seis pontos em nove partidas. No ano, são apenas três vitórias em 12 jogos.
— O time passa por uma crise sob o comando do técnico argentino Guillermo Duró. A saída do meia argentino Brian Oyola, que hoje reforça o Barcelona, prejudicou o time. Ele era a maior figura, o organizador do jogo. Com isso, o ataque do time perdeu peso — conta o jornalista Fabian Alarcon, comentarista do canal Ecuador TV.