Todo janeiro renova as esperanças de jogadores pouco aproveitados no ano anterior. Uma boa pré-temporada ajuda na missão, e começar bem nas primeiras partidas dá um fôlego para o restante do período. No caso do Inter 2024, porém, as amostragens iniciais não geram dúvidas na cabeça de Eduardo Coudet. Até agora, após quatro partidas, o melhor time colorado parece ser, mesmo, o que acabou 2023. Nenhum atleta, nem dos remanescentes nem dos caras novas, cavou lugar entre os 11 ideais.
Por mais que tenha dado chances a diversos profissionais (apenas Gabriel não foi testado, e Lucca entrou nos instantes finais diante do Ypiranga), Coudet não escondeu seu descontentamento pela derrota para o Guarany-Ba. Tentando ganhar, aliás, deixou de lado o planejamento e fez quatro substituições ainda no intervalo, lançando mão de nomes incontestáveis. Disse ele:
— Usamos jogadores que poderiam melhorar o time. E foi o que ocorreu. Mas perder é sempre doloroso. Temos de tirar conclusões e avaliar. Por isso, falo que todos estão tendo chances de jogar. Estamos construindo para o futuro, mas quero ganhar.
Os desempenhos dos reservas, descontado o fato que enfrentaram gramados em condições diferentes das que estão acostumados, escancaram as carências do grupo. O Inter não tem um reserva para Renê. Volante também é necessidade. Nas demais posições, falta pelo menos ritmo de jogo.
A seguir, veja uma avaliação das alternativas do Inter neste começo de temporada.
Mallo
Em meio a uma semana conturbada, com a confirmação para depor em uma acusação de abuso sexual dos tempos de Celta de Vigo, não conseguiu bom desempenho. Nas duas partidas, tem apenas um cruzamento certo. E levou sete dribles. Ou seja, não teve bom desempenho em nenhuma das fases do jogo.
De Pena
Na tentativa de retomada de seu melhor futebol, está sofrendo com uma tentativa que já se mostrou equivocada. De Pena não é lateral-esquerdo. Nas partidas em que foi defensor pelo lado, cometeu dois erros capitais. E só recuperou a bola cinco vezes. No meio, com os titulares, teve melhor desempenho diante do Ypiranga.
Campanharo
Na posição em que foi escalado, meia central da segunda linha, precisa ser intenso, marcador e passador. Pois nas duas partidas em que jogou, deu apenas um chute a gol. Na comparação com um concorrente direto, Bruno Henrique, teve somente metade das ações com a bola. Se receber proposta, deixará o clube.
Hyoran
Chegou com o aval do treinador, com quem tinha trabalhado no Atlético-MG. E ocupa uma posição na qual o titular, Mauricio, está na seleção que disputa o pré-olímpico. Até agora, teve lampejos. Mas está longe de ser o jogador ousado dos tempos de Chapecoense e Galo. Sua média é de apenas um drible por partida.
Gabriel Barros
Se usaria 2024 para ser seu ano, ganhar mais espaço e se firmar em clube grande, o ex-meia do Ituano não tem feito por merecer. Nas oportunidades que recebeu, teve desempenho, em números, inferior ao de De Pena, por exemplo. O Inter estuda emprestá-lo, caso não tenha evolução nas próximas semanas.
Pedro Henrique
Está escalado como segundo atacante. Contra o Guarany, até não foi tão mal: sofreu e marcou gol de pênalti. Mas tem pecado nas tomadas de decisão. Só ganhou lugar na hierarquia na comparação a Luiz Adriano.
Luiz Adriano
O centroavante perdeu pontos nessas duas primeiras semanas. De primeira opção na reserva, passou a nem entrar nos jogos. Seu contrato vai até o meio do ano, mas sairá antes se aparecer interessados.
Alario
Contratado como esperança de gols e possível companheiro de Valencia, o argentino ainda não marcou com a camisa colorada. Vive uma evolução nítida (natural para quem estava parado havia oito meses). Mas não conseguiu garantir lugar entre os titulares, ao menos por enquanto.