A partir das 18h deste sábado (2), os jogadores do Inter estarão frente a frente com aquele que os comandou até quatro meses atrás. O duelo com o Corinthians marcará o primeiro encontro com Mano Menezes desde sua demissão no Beira-Rio.
O treinador esteve à frente da equipe colorada de abril de 2022 a julho de 2023. Neste período, conduziu o clube ao vice-campeonato brasileiro no ano passado, quando o clube construiu a melhor campanha da história, somando 73 pontos. Porém, amargou eliminações frustrantes para o Melgar, na Copa Sul-Americana, Caxias, no Gauchão, e América-MG, na Copa do Brasil.
Quando foi substituído por Eduardo Coudet, o time se preparava para encarar o River Plate nas oitavas de final da Libertadores.
— Saí de um trabalho de um ano e quatro meses. Passamos um semestre esperando a janela para você poder contratar qualidade e não quantidade. Me expus, deixei o meu nome sendo desgastado e tomando pancadas no primeiro semestre. O time está montado, vocês estão vendo que está montado. No meio da janela, chegaram três jogadores de seleção e isso reflete no trabalho. Isso é ruim para quem saiu. Vamos tentar dessa vez montar e usufruir da montagem para que as coisas sejam mais justas — declarou ele quando apresentado pelo Corinthians, em setembro.
A dispensa traz a desconfiança de que uma eventual mágoa possa servir de combustível para o reencontro deste fim de semana.
— Acho que não tem motivação nenhuma a mais. O Corinthians precisa de um ponto para se livrar do rebaixamento e a motivação é essa, para ser sincero — avalia Rodrigo Vessoni, repórter do canal Meu Timão.
Trabalho em São Paulo
Esta não é a primeira passagem de Mano pelo Corinthians. Na primeira, entre 2008 e 2009, tirou o clube da Série B e foi campeão da Copa do Brasil, em um trabalho que o levou à Seleção Brasileira. Depois, retornou em 2014, quando encerrou o Brasileirão na quarta colocação. Quase uma década depois, tem uma missão bem diferente.
Até agora, foram 14 jogos (13 rodadas do Brasileirão), com quatro vitórias, cinco empates e quatro derrotas (40,4% de aproveitamento). Na estreia, ainda perdeu de 2 a 0 para o Fortaleza e foi eliminado na semifinal da Copa Sul-Americana.
— O trabalho inicial é problemático, não por culpa dele, mas por conta de tudo que encontrou. O Mano é o quarto treinador no ano. Ainda teve um interino, três preparadores físicos e nove auxiliares técnicos. É um dos anos mais bagunçados e mal planejados da história do clube. Então, ele pegou um elenco em frangalhos, cheio de jovens ou jogadores muito veteranos, e chega tentando mudar tudo, com pouco tempo de trabalho e risco de cair. Óbvio que ele veio consciente do que estava acontecendo, mas é até difícil analisar se o trabalho foi bom ou ruim — constata Vessoni.
Mesmo com esses números acidentados, será mantido para a próxima temporada. Além de ter assinado um contrato até dezembro de 2025, o treinador foi garantido por Augusto Melo, candidato que venceu as eleições presidenciais no último fim de semana.
— O regime do futebol é presidencialista. Então, quem chama é o presidente. Estou à disposição para sentar e falar sobre as coisas, todas elas importantes, que eu vejo para o Corinthians. Da mesma maneira como o presidente Duilio (Monteiro Alves) se colocou à disposição, eu também me coloco à disposição para conversarmos sobre coisas importantes que teremos de conversar pela frente — destacou o próprio Mano em entrevista concedida após a virada sobre o Vasco, em São Januário, na última terça-feira (29).