— Alan Patrick es un hijo de p...
A expressão bem-humorada de Eduardo Coudet para definir a atuação do camisa 10 colorado no Gre-Nal arrancou risadas na entrevista coletiva e resumiu o ano do capitão do Inter. Em 2023, ainda faltando 11 jogos para acabar a temporada, ele já quebrou seu recorde pessoal de partidas, minutos em campo, gols e assistências. Virou uma referência da posição no Brasil. Neste domingo, às 16h, ele reencontra o Santos, time que o formou há mais ou menos uma década e meia. A partida é válida pela 28ª rodada, no Beira-Rio.
Para ir além do palavrão em espanhol, Coudet aprofundou sua análise. Depois do jogo, explicou a importância do meia-atacante:
— É o nosso capitão, líder futebolístico. Tem um grande caráter. Ele entende o jogo, ocupa espaços, abre caminhos. E tem tranquilidade para definir as jogadas.
Sem dúvida, 2023 é o melhor ano da carreira de Alan Patrick em termos individuais. Mesmo que a temporada não traga títulos, o camisa 10 chegará ao final do ano consolidado e como ídolo da torcida em sua segunda passagem pelo Beira-Rio. Se jogar todas as partidas que restam, quase dobrará o número na comparação com os outros anos de sua carreira. Certamente aumentará a minutagem. E poderá crescer em sua faceta goleadora (é a temporada em que mais fez gols, 13) e persegue seu melhor índice de assistências (nove, pelo Shakhtar, em 2020/2021).
Alan Patrick, em entrevista coletiva, reconheceu estar vivendo seu melhor momento:
— Já vinha numa sequência boa nos últimos anos, tive rendimentos bons ainda no Shakhtar. Mas realmente esse tem sido um ano especial para mim.
Aos 32 anos, a performance do camisa 10 não chega a surpreender. Ela chama mais a atenção porque seu começo de carreira foi oscilante. Menino da Vila, foi convocado para a seleção sub-20 para o Sul-Americano e para o Mundial da categoria em 2011. O técnico era Ney Franco, que lembra:
— Ele chegou com um grande status em uma geração que tinha Neymar, Oscar, Philippe Coutinho, Lucas Moura e outros. Esse era o tamanho dele. Por isso fez carreira na Europa e agora vive esse momento no Inter.
Deixou o Santos logo após o título da Libertadores de 2011, em uma negociação que valeu 6 milhões de euros, para o Shakhtar. Pouco aproveitado, retornou ao Brasil dois anos depois para jogar no Inter. Foi uma passagem boa, mas longe de ser marcante. Passou pelo Palmeiras e pelo Flamengo antes de retornar para a Ucrânia, onde, definitivamente, entrou na história do Shakhtar, com 13 títulos, campanhas em Champions League e consolidação da carreira. Voltou ao Brasil, e ao Inter, em 2022. Nessa operação, concretizada no último dia da janela de 2022, o clube gaúcho pagou 400 mil euros e perdoou uma dívida de 1,5 milhão de euros.
Esse retorno fez a alegria dos colorados e, também, de Ney Franco. O técnico revelou:
— Tenho visto os jogos do Inter muito pelo prazer de vê-lo jogar. Está em um ano iluminado.
A presença de Alan Patrick e seu bom desempenho serão fundamentais para o Inter atingir o objetivo traçado por Coudet. Mesmo com a derrota recente para o Bahia, o técnico afirmou que ainda vê o time subindo na tabela. Vencer o Santos faz parte dessa escada. O que, para o camisa 10, tem, inclusive, a lei do ex.
Alan Patrick
Média por temporada até 2022
- 33 jogos
- 53 minutos por jogo
- 5 gols
- 4 assistências
Em 2023
- 52 jogos
- 76 minutos por jogo
- 13 gols
- 8 assistências