O duelo entre Inter e Fluminense na semifinal da Libertadores mostrou sua veia ofensiva no empate por 2 a 2, no Maracanã. Na decisão no Beira-Rio, a expectativa é de que o placar seja movimentado. As esperanças estão nos centroavantes estrangeiros. O equatoriano Enner Valencia, no lado vermelho, e o argentino Germán Cano, no lado tricolor, têm mostrado no mata-mata poder decisão que justifica a confiança das torcidas em seus gols.
As trajetórias de Cano e Valencia diferem. O argentino desembarcou nas Laranjeiras no começo do ano passado em baixa após ter sido rebaixado com Vasco no Brasileirão de 2020 e feito parte campanha no qual o Cruz-Maltino fracassou na tentativa de acesso na Série B de 2021. Pois Germán Cano mostrou rápido o acerto do Fluminense em sua contratação sendo o artilheiro do time de Abel Braga campeão carioca em cima do rival e favorito Flamengo.
A equipe entrou em queda logo depois e Abelão deixou o clube. Cano, no entanto, manteve o faro artilheiro e foi ainda potencializado com a chegada de Fernando Diniz. O camisa 9 terminou o Brasileirão do ano passado como goleador, com 26 gols em 38 jogos. Também repetiu a dose no Carioca balançando as redes 16 vezes em 13 partidas. O argentino é o atual artilheiro da Libertadores com uma média superior a um gol por jogo, foram 11 em 10 compromissos. São números que fazem jus à confiança que o torcedor tricolor tem em seu camisa 9.
— Cano é fundamental, tem mostrado uma eficiência grande ao longo de vários campeonatos com a camisa do Fluminense. Ele é nossa grande arma para enfrentar o forte time do Inter. Ele tem essa objetividade do bom centroavante, joga sempre mirando o gol. Cano não é um jogador de grande trabalho com bola, mas é objetivo. Pintou uma brecha, ele manda bala — diz o cantor e ator Evandro Mesquita, torcedor do Fluminense, que vai acompanhar a partida pela televisão, assim como fez no jogo de ida.
— Ainda bem que não estava (no Maracanã), foi um jogo muito nervoso. Vai ser outro grande jogo (no Beira-Rio). O Inter é um timaço. Temos de entrar com todo respeito, mas com a faca entre os dentes — pede.
Destaque na Copa e em alta na Europa
Diferentemente de Cano, Enner Valencia já desembarcou em Porto Alegre como grande contratação não apenas da temporada, mas dos últimos anos do Inter. E não foi por acaso. O jogador que faz questão de vestir a camisa número 13 foi destaque do Equador na última Copa do Mundo com três em gols em três jogos.
Pelo Fenerbahçe, foi artilheiro do Campeonato Turco com 29 gols. No total da temporada, marcou 33 vezes em 48 partidas, sendo o quinto maior artilheiro do futebol europeu igualado com Robert Lewandowski superando nomes como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Harry Kane.
No Inter, Valencia passou em branco em seus quatro primeiros jogos, mas afastou qualquer desconfiança marcando no Monumental de Núñez o gol que abriu o placar no confronto com o campeão argentino River Plate. O equatoriano voltou a ser decisivo balançando as redes diante do Bolívar na temida altitude de La Paz e completou marcando duas vezes na vitória de 2 a 0 no Beira-Rio, que confirmou a classificação para as semifinais.
No total da Libertadores, onde estreou nas oitavas, Valencia tem quatro gols em cinco jogos.
— Valencia mostrou que é um cara que o torcedor gosta de ter no seu time, sanguíneo, que entra em campo para brigar. Não é o cara que se acomoda por ter acertado um contrato com bom salário. Ele provou que tem sangue nos olhos, entra para fazer a diferença e tem feito, principalmente, no que se diz respeito à Libertadores. No Maracanã, ficou a detalhes de ter o gol validado. Teve uma boa atuação e volta com a sede de concluir com êxito no Beira-Rio — afirma o cantor colorado Rafael Malenotti, que lembra que Valencia completará 34 anos no dia da final da Libertadores.
— Estou confiante de que ele possa ter êxito nesse projeto, ainda mais sabendo que a final da Libertadores será em 4 de novembro, dia do aniversário dele. Qual atleta não vai se motivar tendo uma possibilidade dessas? Valencia pode ser campeão da Libertadores no dia do aniversário, até podendo fazer um gol no Maracanã, que é o templo do futebol — torce ele.
Faltou a Valencia balançar as redes no Rio, quando Cano brilhou com os gols que valeram para o Fluminense buscar o empate. O argentino levou a melhor no primeiro duelo, mas o equatoriano terá o Beira-Rio a seu favor para vencer o confronto que decide quem irá ao Maracanã dia 4 de novembro.
Enner Valencia na Libertadores
- 5 jogos
- 4 gols
- Um gol a cada 107 minutos
Germán Cano na Libertadores
- 10 jogos
- 11 gols
- Um gol a cada 80 minutos
No mata-mata
- 5 jogos
- 5 gols
- 1 gol a cada 90 minutos