O Inter queria passar pelo Rio de Janeiro sem sofrer nenhum tipo de abalo para a partida contra o Bolívar, na terça-feira (29). A meta foi cumprida quase em sua totalidade no 0 a 0 de sábado (26). O jogo no Maracanã serviu para descansar os atletas que encararam em campo a altitude de La Paz, dar ritmo a quem viu a ida das quartas de final da Libertadores do banco de reservas e voltar para Porto Alegre sem correr risco de entrar na zona de rebaixamento do Brasileirão com os jogos de domingo (27). O Colorado terminou a rodada na 14ª posição, com 25 pontos. Quatro a mais que o Santos, que é a primeira equipe do Z-4.
A única situação que fugiu do desejado foi a de Vitão. Titular na capital boliviana, o zagueiro entrou aos 15 minutos do segundo tempo e saiu antes do apito final. Ele sentiu um problema na coxa nos minutos finais e deixou o time com um jogador a menos. O defensor será reavaliado para saber se terá condições de jogar no confronto decisivo. Caso sua presença seja vetada pelo departamento médico, Mercado será deslocado para o lado direito do miolo defensivo e Nico Hernández será mantido no time.
Se este panorama se confirmar, o defensor colombiano será o único a ter sido escalado desde o início contra Fortaleza, Bolívar e Flamengo e que seria utilizado na partida que vale um lugar na semifinal do torneio continental. Quem esteve presente no fim de semana e terá espaço na equipe contra os bolivianos será o meia Mauricio, o jogador ofensivo que foi sacrificado para o esquema com três zagueiros utilizado nas alturas bolivianas. A intenção é que o confronto de volta marque o retorno do futebol de marcação alta, preferência do técnico Eduardo Coudet e ausente nos últimos 180 minutos.
— Eles vão ter que sair um pouco mais, a gente também. Não será como foi na Bolívia. Se nos derem espaço, vamos contra-atacar e ir para cima deles, o que não aconteceu lá pela falta de oxigênio — projeta Renê.
A comissão técnica repetiu com o lateral-esquerdo a mesma estratégia utilizada antes da viagem para o Exterior. Contra Fortaleza e Flamengo, o camisa 6 entrou no intervalo das partidas.
A empolgação da torcida para o confronto no Beira-Rio após a vitória por 1 a 0 no Hernando Siles não penetra no vestiário. Há um trabalho forte de blindagem para evitar que o resultado não traga nenhum tipo de ilusão em relação à classificação.
Depois de estar nas alturas, o discurso de todos é o de manter os pés no chão. A expressão é utilizada como um mantra.
— É muito importante manter o foco. Fizemos um grande jogo lá, mas temos de ter os pés no chão e não perder a concentração para conseguir a classificação — ressalta o atacante Pedro Henrique.
O discurso também foi decorado por Renê, que fez coro ao colega.
— É uma vantagem muito pequena. Jogamos em casa, com apoio do torcedor. É esquecer o resultado e vencer o jogo dentro da nossa casa.
O ponto no Maracanã manteve o Inter na 14ª colocação no Campeonato Brasileiro. Em caso derrotada, havia uma combinação de resultados que poderia colocar os colorados na parte mais ingrata da tabela.
— Se a gente analisar o jogo do Brasileiro, as atuações foram boas. Sabíamos da qualidade deles. Uma vez mais, o nosso elenco se mostra capacitado para disputar de igual a igual contra quem seja e onde seja — avalia Lucho González, auxiliar do suspenso Coudet e que comandou a equipe no Rio.
O empate comemorado, entretanto, estendeu a sequência de vitórias do Brasileirão para nove jogos — terceira pior marca na história do clube na competição. Na terça-feira, voltam Coudet, os titulares e a marcação pressão para, quem sabe, também voltar a vitória e manter flamejante o sonho de retornar ao Maracanã em 4 de novembro, na final da Libertadores.