O cenário político do Inter está em ebulição. Nos próximos dias, o Conselho Deliberativo irá decidir se o clube assinará com a Liga Forte Futebol, como defende a direção, ou com a Libra, como querem os principais grupos de oposição. Nos bastidores, ambos os lados consideram o resultado imprevisível.
A situação do Inter e os grupos que dão sustentação política à gestão do presidente Alessandro Barcellos apoiam que o clube assine com a Liga Forte, pois acreditam que essa opção seria mais rentável aos colorados e, principalmente, reduziria a distância financeira em relação ao que Corinthians e Flamengo ganham hoje com cotas de televisão. Para estes conselheiros, uma adesão à Libra significaria um aumento do abismo financeiro entre o Inter e estes clubes.
Já os principais movimentos de oposição, em especial os grupos que davam sustentação à gestão do ex-presidente Marcelo Medeiros, apoiam, em sua maioria, a assinatura com a Libra. Eles entendem que esta opção é mais segura para o clube, pois o bloco conta com um investidor mais forte e, como tem a adesão dos principais clubes do Brasil, teria a condição de obter melhores propostas para os direitos de televisão. Para estes conselheiros, com a adesão à Liga Forte, o Inter correria o risco de não conseguir bons contratos, podendo, na visão deles, ficar com uma cota de televisão inferior, por exemplo, à do Grêmio, que integra a Libra.
Apesar dos nomes, nenhuma dessas ligas neste momento discute a organização de um campeonato. No momento, tanto a Libra quanto a Liga Forte são blocos que terão apenas o poder de negociar a venda dos direitos de televisão do Brasileirão em nome de cada clube signatário pelos próximos 50 anos.
Na noite desta quinta (6), em uma reunião não-deliberativa, representantes da Libra apresentarão aos conselheiros a proposta do bloco, que é de R$ 99 milhões à vista por 12,5% dos direitos por 50 anos. O valor será pago por um fundo liderado pela empresa árabe Mubadala.
Já a oferta da Liga Forte, que já foi apresentada ao Conselho em uma reunião anterior, é de R$ 214 milhões nos próximos dois anos por 20% direitos, também por 50 anos. O valor será pago por um fundo liderado pela empresa norte-americana Serengetti.
Depois da reunião desta quinta (6), será marcado uma nova sessão para o Conselho Deliberativo do Inter escolher qual bloco o clube vai aderir. Nos bastidores, nem situação e nem oposição arriscam uma tendência. A previsão é de uma votação equilibrada, com resultado imprevisível.
Tratando-se de ano eleitoral, o clima político do Inter ganha ainda mais elementos de tensão.