O discurso colorado mudou após a vitória por 2 a 1, de virada, sobre o CSA. Se no empate com o Independiente Medellín, Mano Menezes adotou um tom bélico em sua entrevista coletiva, nesta terça-feira, o treinador mostrou-se mais aberto ao comentar o momento vivido pelo Inter. Construir o resultado no jogo de ida da Copa do Brasil foi mais árduo do que o imaginado. O time saiu perdendo, o Beira-Rio virou um caldeirão de irritação e muita força foi feita até que Alan Patrick desatasse o nó.
O gol do CSA, logo após Pedro Henrique ter perdido uma penalidade, foi o pior cenário possível para uma equipe recém eliminada no Gauchão e de atuação criticada na Libertadores. Desta vez, o treinador admitiu que o desempenho foi abaixo das expectativas.
— Às vezes, o jogo tem escapado do controle que queremos fazer, que parece que as coisas não andam, que todas as decisões não são corretas. Um jogo como esse ajuda a passar por isso (dificuldades). Tínhamos que ter entregue um jogo melhor — reconheceu.
Quando a escalação foi divulgada, o torcedor mostrou sua insatisfação. A maior parte dela para Mano. Em desvantagem no placar com menos de 10 minutos de jogo, os colorados presentes nas arquibancadas não economizaram nas vaias. Em campo, o principal alvo foi o goleiro Keiller. No fim, ele fez uma defesa que evitou o empate.
A insatisfação do torcedor com os resultados e o desempenho da temporada respinga no trabalho do treinador. Mais do que se defender, ele contextualizou o momento com o passado recente do clube e fez o pedido aos colorados.
— Aqui se teve um número grande de treinadores que não deram as conquistas que o torcedor está esperando. Foram treinadores dos mais variados perfis. O torcedor poderia pensar que está na hora de abraçar mais a gente. Estamos precisando dele — confessou.
A virada no placar saiu dos pés de Alan Patrick. Primeiro, aos 23 minutos da etapa inicial, ele aproveitou jogada da esquerda, com passe de De Pena, para igualar o marcador. No começo do segundo tempo, após Mano fazer muitas mudanças na equipe — Baralhas saiu para entrada de Thauan Lara, movendo Renê para zaga, Vitão para a lateral direita e Matheus Dias para o meio — o camisa 10 acertou novo chute para deixar o Inter em vantagem.
Mais do que ser o autor dos dois gols, Alan Patrick foi o responsável por marcar seis dos últimos sete gols anotados pelo Inter. Apesar de ser uma figura central da equipe, o jogador desconversou sobre uma dependência excessiva do time em relação a ele.
— Dependência, não. Somos um coletivo. Procuro ajudar. Tenho conseguido ser decisivo com os gols. Poderíamos ter tido uma vantagem maior — comentou o camisa 10.
A fúria da torcida arrefeceu com a vantagem. Aplauso verdadeiro mesmo somente para Alan Patrick, quando o camisa 10 foi substituído aos 18 minutos. Pouco antes, o CSA quase empatou, mas a cabeçada, após cobrança de escanteio, parou na trave de Keiller. O goleiro ainda fez milagre nos minutos finais, evitando o empate, mas não evitando a irritação dos colorados ao final do jogo. Entre os dois lances, o time colorado mostrou pouca força para conseguir ampliar a vantagem.
A partida de volta será no dia 27, em Maceió. O clube gaúcho jogará pela vitória ou pelo empate para avançar. Vitória do CSA por um gol leva a decisão da vaga para os pênaltis. Triunfo por dois ou mais gols, significa a classificação alagoana.
Agora, o Inter volta as suas atenções para o Brasileirão. No sábado, a estreia no torneio nacional será contra o Fortaleza, fora de casa.