O setor de criação colorado será modificado na partida de sábado, contra o Athletico-PR, pela 17ª rodada do Brasileirão. No jogo marcado para a Arena da Baixada, Mano Menezes não terá Alan Patrick, articulador titular, nem Taison, seu reserva imediato. As lesões de ambos abrem espaço para dois candidatos que tentam retomar protagonismo na equipe: Mauricio e Boschilia.
A tendência é pela entrada de Mauricio. Foi ele o escolhido para substituir Taison contra o América-MG. E entrou bem. Foi vertical e buscou o gol, que apareceu com Moisés, já nos acréscimos. Neste momento, está no topo da hierarquia.
Ele busca ritmo e sequência até para justificar a especulação mais recente. Seu nome foi citado como possível reforço da seleção paraguaia. Isso seria possível porque seu pai nasceu no Brasil mas viveu a infância e a adolescência no país vizinho e obteve cidadania.
— Quando o Medina estava aqui chegou a me comentar que tinha um contato com o treinador e que eles estavam pensando. Houve a informação, mas não chegou nada. É algo que tenho de pensar e falar com minha família — disse o jogador.
Desde 2020 no Inter, o meia paulista que foi apresentado ao futebol profissional pelo Cruzeiro, viveu altos e baixos. Está próximo dos 100 jogos com a camisa colorada. Apesar disso, nunca conseguiu se firmar como titular incontestável.
A outra alternativa é Boschilia. O meia é visto por Mano Menezes como o jogador mais parecido com Alan Patrick, pela capacidade de criar jogadas e dar ritmo de jogo com a bola. Mas ainda não está com a forma ideal. Desde que sofreu a ruptura no ligamento do joelho direito, em outubro de 2020, não conseguiu uma sequência de partidas que devolvesse a melhor condição. Em maio de 2022, chegou a passar por outra intervenção cirúrgica, a terceira nos últimos cinco anos. Desta vez, sofreu uma artroscopia.
Na comparação direta: Boschilia chegou antes de Mauricio e jogou 31 jogos a menos. Isso deve pesar na escolha do titular na partida de sábado. As condições, somadas ao gramado sintético, preocupam o treinador.
— O Inter, como a maioria das equipes da Série A, não tem em seu grupo jogadores capazes de desequilibrar uma partida. Por isso, a força do elenco fica restrita ao conjunto, e nem sempre as peças de reposição respondem bem quando convocadas — aponta Edu Lima, ele também um meia-atacante canhoto, de bastante sucesso no Inter entre os anos 1980 e 1990, que completa:
— No caso específico, creio que o Mauricio seria uma peça que se encaixe melhor no momento que o time vive. É um jogador obediente taticamente e de boa qualidade técnica, além de usar bem o chute de média distância. Mano sabe bem o que faz, conseguiu motivar o grupo e o rendimento melhorou.
Há outras duas alternativas, mas ainda mais improváveis. Escalar Estêvão como titular é uma delas, mas como ele recém se recuperou de covid-19, não está no melhor da forma. Além disso, o treinador entende que o jovem é um jogador mais de lado do que central. A outra seria colocar Johnny e reforçar o setor de marcação, formando uma dupla com Gabriel e adiantando De Pena. O treino desta sexta-feira servirá para Mano decidir.