Apesar da boa fase vivida pelo Inter, a ponto de ingressar no G-4 do Brasileirão, um jogador em especial não conseguiu fazer as pazes com o gol: David. Mas, ainda que tenha completado 16 jogos sem balançar as redes adversárias, o atacante foi mantido como titular na vitória sobre o Flamengo, no último sábado (11), e a explicação é tática.
Ao contrário das últimas duas rodadas, quando foi improvisado como centroavante, o camisa 17 ganhou novas funções neste fim de semana, caindo pelos lados do campo.
— A gente não para nunca de fazer essa avaliação (titulares e reservas) porque, às vezes, da mesma maneira que você tira algum (jogador) por uma ou duas semanas, ou por um ou dois jogos, e depois voltam, alguns que estão dentro (do time), vão dar lugar a eles. Às vezes, por importância de função, por necessidade de composição, de alternativa específica para aquele jogo ou aquele momento — advertiu o técnico Mano Menezes após o jogo.
Na formação desenhada para o primeiro tempo contra o Flamengo, o Inter atuou em duas linhas de quatro. No meio-campo, Gabriel e De Pena formavam a dupla de volantes, com Rodrigo Dourado se desprendendo deles para fechar o corredor direito. Pela esquerda, Wanderson era quem dava profundidade.
À frente deles, Alan Patrick era o jogador mais avançado, funcionando praticamente como um falso 9, enquanto David ajudava a combater o lado direito. Foi assim, aliás, que desarmou o lateral-esquerdo Filipe Luis, dando origem ao gol que abriu o placar.
— Nós precisávamos fechar um setor importante, por isso a escolha de um outro volante ao invés de um meia para iniciar o jogo. Foi uma ideia que foi importante e mantivemos ela com a entrada do Johnny, quando o Dourado saiu. Um volante que marcou por fora, para pegar a passagem do lado deles que passava um pouco menos, com o Filipe Luís. Então, conseguimos rodar bem, deixando o Pena por dentro — explicou Mano.
Aos 21 minutos do segundo tempo, a partir da reação flamenguista, as trocas reoxigenaram o setor ofensivo. Alexandre Alemão passou a ser o jogador mais agudo, tendo Taison como seu companheiro por dentro, desempenhando a mesma tarefa que havia sido de David, pelo lado direito.
Assim, o camisa 17 foi deslocado para a extrema esquerda, pois Wanderson deixou o campo acusando uma entorse no joelho direito. Ele aguentaria mais 10 minutos em campo, até ser substituído por Pedro Henrique, que marcaria o terceiro gol colorado.
Presente em 76 minutos do jogo, David não deu sequer uma finalização contra o gol de Diego Alves, mas deu assistência para o segundo gol de Wanderson e contribuiu com dois desarmes (aparecendo atrás somente de Gabriel, com seis) e cometendo três faltas. Portanto, uma função tática, com maiores encargos sem a bola.
Enfim, claramente o novo posicionamento do atacante foi uma estratégia montada especificamente para encarar o time carioca. Não quer dizer que ela será repetida na próxima quarta-feira (15), contra o Goiás, no Estádio da Serrinha. Até porque, como sentenciou o comandante colorado:
— Falei na semana passada e vou repetir. Não tem nenhum jogador no Internacional que não possa ser titular e nenhum jogador que não possa sentar no banco.