O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, se pronunciou na tarde desta quarta-feira (1º) sobre o protesto feito pelos jogadores em razão do atraso no pagamento dos direitos de imagem. Em entrevista no CT Parque Gigante, o dirigente admitiu que ficou surpreso com a situação, mas garantiu que a direção participou da decisão de adiar o treinamento da manhã para a tarde, negando que os atletas se negaram a trabalhar.
— Os jogadores têm o direito, como todo trabalhador, e não vou eu fazer juízo quanto ao direito ou legitimidade. O que nos surpreendeu foi que esse assunto estava sendo resolvido. Tivemos uma operação de ingresso de recursos, que poderia acontecer entre hoje e amanhã. Expliquei aos jogadores que, se talvez tivéssemos conversado antes, isso teria sido evitado. É olhar para frente. Disse a eles que não é a última vez que acontece, nem a primeira. O futebol brasileiro é assim hoje, e falo em nome dos clubes que têm enfrentado dificuldade. Até por isso falamos da criação da nova liga para que possamos manter as equipes fortes, segurar os talentos e fazer o futebol brasileiro mais forte — disse.
O Inter tinha três meses de atraso no pagamento dos direitos de imagem. Barcellos informou que duas dessas parcelas foram pagas nesta quinta-feira. Gira em torno de 50% do total do elenco os jogadores que têm direitos de imagem fixados em seus vencimentos.
Questionado sobre a possibilidade desse caso abalar a relação do grupo com a direção, Barcellos diz não temer.
— Foi de comum acordo a decisão de transferir o treino para a tarde. Entendemos que era melhor o treino não acontecer com esse assunto em aberto, os jogadores irem para casa e resolvermos amanhã. O pedido foi nosso também para que eles viessem mais cedo pela tarde e que pudéssemos conversar para que isso não tenha maiores consequências. A confiança é um ponto forte da relação que se construiu aqui ao longo dos anos. Tivemos momentos difíceis durante a pandemia e não é diferente agora — completou.