Com o empate em 1 a 1 diante do Novo Hamburgo, o Inter chegou à terceira partida sem vitória no Gauchão. Por mais que seja início de temporada, o que mais chama a atenção da torcida é a repetição de problemas de anos anteriores. Mesmo com pouco tempo de trabalho, o técnico Alexander Medina começa a ser questionado a respeito das mudanças que pretende implementar.
O treinador uruguaio destacou a convicção no que está sendo proposto aos atletas e pediu paciência. Mas afinal, de quem é a responsabilidade pelo começo instável do Colorado em 2022? Quais os pontos que precisam ser melhorados com mais urgência? Abaixo, a opinião de três colunistas de GZH:
Leonardo Oliveira
O Inter precisa entregar jogadores ao Medina. Precisa resolver a questão da lateral direita. Precisa resolver a questão da extrema pela direita. A ideia do Medina é de ter dois jogadores agudos pelos lados. Precisa também resolver a questão do Dourado, que não é um volante que se encaixa na ideia de jogo proposta. O Inter precisa de jogadores dinâmicos, de mais velocidade e que encurtem o espaço. Talvez precise de um zagueiro que saia jogando melhor, para ser uma alternativa junto do Cuesta.
É preciso resolver esses pontos ou o Medina terá muitos problemas para implantar o conceito de jogo dele. Os atletas que o Inter têm não são talhados para esse modelo. O trabalho para que eles se adaptem vai demandar muito tempo, o que não há. Se chegarem jogadores que se encaixem na ideia, naturalmente o contexto do grupo vai absorver essas ideias de maneira mais tranquila, tendo um time base que irá disseminar a proposta, dando mais tranquilidade ao restante dos atletas.
Maurício Saraiva
É preciso sinalizar à torcida que algo, de fato, está e será diferente do que se viu na medíocre temporada de 2021. Quando quem veste vermelho vai a campo e vê peças que entravam a engrenagem colocadas no mesmo lugar — com o mesmo resultado —, a sensação é de desencanto, o que precede a desesperança. Trazer um treinador para fazer diferente e a ele não entregar os elementos que materializariam a mudança é mais do mesmo.
Zé Alberto
Qualquer projeto de evolução do time do Inter precisa passar pelas laterais. O lado direito é o de maior urgência, talvez precisando de um titular e um reserva, visto o decréscimo no desempenho de Heitor que antes se mostrava uma alternativa razoável. O lado esquerdo tem em Moisés alguém de confiança da comissão técnica, mas de desempenho, no mínimo, irregular.
Como o garoto Thauan Lara não é usado, pouco pode se dizer além de que não goza da confiança de quem comanda o time. Por isto, procurar alguém na posição também se faz necessário.
Solucionadas as carências das laterais, a busca de atacantes de velocidade é outra necessidade. No meio, um articulador é um artigo raro no mercado, mas que precisa ser encarado como algo necessário no Beira-Rio.