Os clubes brasileiros vivem uma situação estranha com a Copa Sul-Americana. Se a campanha no Brasileirão é boa, geralmente o segundo torneio mais importante da Conmebol fica em segundo plano. Se a colocação no campeonato nacional está longe das primeiras posições, a Sul-Americana surge como a salvação da temporada. Ao menos antes de estrear, o Inter garante que a competição continental será priorizada.
A afirmação foi feira pelo presidente de Alessandro Barcellos em entrevista a GZH. Há motivos para a valorização. A Sul-Americana passou a ter mais atrativos nos últimos anos em relação ao cenário de 2008, quando os colorados venceram o torneio. Uma premiação atraente, vaga na Libertadores de 2023 e prestígio ajudam a deixar o torneio mais sedutor.
Premiação
É possível colocar um bom dinheiro no bolso, principalmente em uma época em que a cotação do dólar está nas alturas. Os valores foram majorados para 2022, e o título renderia aos colorados quase US$ 7 milhões.
Se erguer a taça ao término na final, o Inter, por entrar direto na fase de grupos, embolsará US$ 6,8 milhões (R$ 38,6 milhões). Valor, pela cotação atual, maior do que o recebido pelo Atlético-MG por ter sido campeão brasileiro. A conquista rendeu ao Galo R$ 33 milhões. O 12º lugar de 2021 rendeu ao Inter um prêmio de R$ 14,6 milhões.
Confira as cotas da Sul-Americana:
Fase de grupos: US$ 900 mil
Oitavas de final: US$ 500 mil
Quartas de final: US$ 600 mil
Semifinal: US$ 800 mil
Vice-campeão: US$ 2 milhões
Campeão: US$ 4 milhões
Vagas e mais dinheiro
O bicampeonato renderia ao Inter duas vagas e premiações polpudas. O campeão da Sul-Americana conquista vaga para a Libertadores de 2023 e disputará a Recopa Sul-Americana contra o campeão do principal torneio da América do Sul.
Este ano, o título da Recopa será disputado entre Palmeiras e Athletico-PR. O vencedor do duelo terá direito a US$ 1,6 milhão (R$ 9 milhões). O perdedor terá como consolação uma bolada de US$ 800 mil (R$ 4,5 milhões). A tendência é de que para o ano que vem, quando jogará o vencedor da Sul-Americana desta temporada, os valores sejam reajustados.
Prestígio
Por fim, há a valorização da conquista. São cinco anos sem título para o clube — o último foi o Gauchão de 2016. A última conquista internacional foi a Recopa de 2011. Colocar mais uma taça na galeria do Beira-Rio será um fator importante para a sequência do clube. Com os superinvestimentos feitos por Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG, a disputa no Brasileirão fica mais difícil. A saída são as copas. É o que tem feito o Athletico-PR.
O Furacão investe suas fichas nos torneios de mata-mata. As campanhas no Campeonato Brasileiro estão longe das primeiras posições, mas o clube conquistou a Copa Sul-Americana de 2018 e 2021 e a Copa do Brasil de 2019.