Só falta começar os treinos. Onze dias depois de ser anunciado como técnico colorado, Alexander Cacique Medina foi apresentado pela direção nesta sexta-feira (7). O uruguaio de 43 anos iniciará no Inter o seu terceiro trabalho como treinador. Após iniciar a carreira no Nacional-URU, fez um trabalho de destaque no Talleres-ARG.
Em suas primeiras palavras como treinador colorado, Medina falou da alegria e de o quanto está motivado para trabalhar no clube:
— É um desafio muito grande estar em um grande do Brasil e da América do Sul. Para nós é um desafio importantíssimo. Estamos felizes por termos optado por esse clube.
Sobre a forma de jogar que pretende implementar no Inter, Medina fez a promessa de um futebol ofensivo tanto dentro do Beira-Rio quanto fora de casa. O uruguaio também evitou comparações com os treinadores que passaram recentemente no clube, como o compatriota Diego Aguirre e o espanhol Miguel Ángel Ramírez.
— Fazer comparação com os outros treinadores ou comissões técnicas que passaram não é o momento nem o lugar, mas, sim, o que iremos imprimir é trabalho, dedicação, paixão e fazer um Inter protagonista. Queremos ser uma equipe muito competitiva e protagonista, seja no Beira-Rio ou como visitante. Temos de convencer o elenco do que teremos que fazer, de encarar todo jogo da melhor maneira em busca da vitória — ressaltou.
Confira outros trechos da apresentação de Medina
Sobre necessidade de contar com atacantes rápidos pelos lados
"Gostamos de jogar com centroavante, extremos, atacantes. Temos um jogo protagonista sem descuidar do aspecto defensivo. No futebol há quatro momentos, atacar, defender e suas transições (ofensivas e defensivas). Necessitamos ter atacantes versáteis, que podem fazer a dupla função. Primeiro atacar, obviamente, mas também defender, o que é uma necessidade imposta por esse jogo."
Adaptação do elenco ao seu estilo de jogo e reforços
"Estamos analisando todo o potencial que temos no plantel dos jogadores que o Inter tem e vendo o mercado, tratando de ampliar um pouco mais esse elenco. Obviamente que o plantel tem qualidade, mas também necessitamos de outras posições que precisamos reforçar. Nos agradou a característica dos jogadores. Estamos completos em algumas posições e sabemos onde devemos contratar. Estamos trabalhando em trazer jogadores em posições que sabemos que o time necessita para ampliar a competição interna."
Conversa com Guiñazu sobre o Inter
"O 'Cholo', além de conhecê-lo como jogador, trabalhou conosco no Talleres. Guiñazu é uma referência no Inter e em todos os clubes em que jogou. Conversamos, para ele me contar da sua visão sobre o clube, ainda que conhecêssemos a história da instituição, mas para ter uma opinião de um jogador que passou pelo clube e é tão querido. Temos um contato direto."
Retorno de D´’Alessandro
"Sabemos a importância do Andrés dentro do clube, sua história como jogador e tudo o que fez no futebol e no Inter, do carinho que tem pela instituição e a torcida por ele. Ainda não conversamos com ele, mas é algo que faremos nos próximos dias. Conhecemos também a qualidade humana que tem para transmitir a um time e o que é necessário para jogar tantos anos. Chegar a essa idade em plena forma mostra que ele teve uma carreira correta e pode transmitir isso para o grupo tanto dentro quanto fora do campo. Sabemos da vontade que tem de vir ao clube e do clube de tê-lo."
Dificuldades do calendário brasileiro e viagens mais longas que na Argentina
"Sabemos que no Brasil há muitos jogos e poucos dias de recuperação. Por isso queremos um elenco mais amplo e ter jogadores competitivos na mesma posição. Trataremos de dotar a equipe de convencimento do que terá de fazer a cada jogo. As partidas não são iguais, então é necessário fazer um plano de jogo adequado a cada partida. Teremos de ser muito detalhistas com os rivais, de como causarmos dano, potencializar nossas virtudes e diminuir carências. O plano de jogo vai ser fundamental, mas queremos uma equipe similar ao que fizemos nos outros trabalhos, tanto no Nacional quanto no Talleres. Por isso queremos ter à disposição jogadores que se assemelham na forma sentir e pensar o jogo. É isso que estamos falando com a direção, de somar jogadores com essa forma de jogar."
Sobre Yuri Alberto e Wesley juntos no ataque
"Os bons jogadores sempre podem jogar juntos. O trabalho dos treinadores é criar um sistema para que todos os jogadores possam atuar. Se há compatibilidade ou não, veremos nos treinamentos. Eu não excluo nada. Devemos pensar em todas as opções, mas isso leva treino, trabalho da equipe e na ocupação de espaço."
A importância do Gre-Nal
"Sabemos a importância que tem o clássico, a história que tem esse tipo de jogo. A torcida nos faz entender que é um jogo muito importante para o clube. Isso temos muito presente e, a partir daí, temos que conscientizar os nossos jogadores para estarmos mais perto de vencer os jogos. Aqui se joga com muita paixão esse tipo de partida. Temos que jogar com paixão, coração, cabeça e com futebol. É um esporte que ganha quem joga melhor."
Aproveitamento dos jovens
"Sabemos da qualidade que tem na base do Inter. Alguns vão começar a pré-temporada e outros estão sendo avaliados ao vivo, para saber como irão se comportar com os profissionais. É uma tarefa nossa ver esses garotos. Até usá-los, nunca saberemos se podem ir bem ou não. Somos proativos em dar chance aos jovens. Nos trabalhos anteriores, fizemos muitos garotos estrearem e aqui não será exceção. O jogador mostrando competitividade, não teremos medo algum de colocar garotos em campo. Não olhamos a identidade para escalar um jogador. Olhamos o momento."
Forma de marcar
"Todas as estratégias são válidas no futebol. Trataremos de fazer todas bem. Às vezes, pressionamos alto, com bloco médio, em outras com bloco baixo. Em cada fase do jogo temos que saber o que fazer. Gosto de times versáteis, que possam sair rápidos, ter associações. Nem tudo depende da posse de bola, mas, sim, em como irá desenvolver isso. Queremos um time versátil, que saiba o que fazer em cada fase do jogo, que possa fazer forte em transições, em posse de bola ou atacando espaços."
Gauchão
"Vamos procurar sempre colocar o melhor time em campo, mas isso não quer dizer que esqueceremos da preparação. Teremos de encarar esses dias para preparar o elenco para o que vai ser a temporada. O tempo é curto, tínhamos pensado em começar em 22 de janeiro, mas vamos ver como os jogadores chegarão no dia 11 e, a partir daí, definir o time que irá a campo no dia 22 ou 26. O importante é fazer uma boa base para o futuro sem descuidar do primeiro jogo, que será contra o Juventude."