A segunda passagem de Diego Aguirre pelo Inter terminou. A direção anunciou nesta quarta-feira (15) que o uruguaio não ficará para a próxima temporada — ele tinha contrato até o final de 2022. Sem Aguirre, o clube parte agora para a busca de um novo profissional para comandar a equipe.
O treinador foi contratado em junho, após os maus resultados colhidos pelo espanhol Miguel Ángel Ramírez. Foram 35 partidas sob o comando de Aguirre, com 11 vitórias, 12 empates e 12 derrotas — um aproveitamento de 42,8%. Em 2015, em sua primeira passagem, ele dirigiu o Inter em 50 partidas, obtendo 25 vitórias, 15 empates e 10 derrotas.
Confira a seguir cinco momentos que marcaram o trabalho de Aguirre à frente do Inter.
1) A estreia
O trabalho de Aguirre começou com vitória importante. Pela primeira vez, o Inter conseguiu vencer a Chapecoense no interior catarinense. O 2 a 1 sobre a Chape teve gols de Yuri Aberto e Caio Vidal.
— O mais importante de hoje (quinta) foi a vitória, os três pontos que estávamos precisando, para que na frente possamos ter um pouco mais de calma para trabalhar em nossas ideias. Gostei muito do espírito da equipe, da luta, de dar tudo dentro de campo pela vitória. Ali, me senti identificado com nosso time — destacou, após a partida.
2) Eliminação na Libertadores
A alegria durou pouco. Em 22 de julho, o sonho do tri da América virou pó. Após ter empatado em 0 a 0 com o Olimpia no Paraguai, o Inter recebeu os paraguaios no Beira-Rio sem conseguir um resultado melhor. Outro placar zerado levou a decisão para os pênaltis.
Nas cobranças, vitória paraguaia por 5 a 4. Thiago Galhardo errou o chute que decretou a eliminação colorada. Apesar da queda, o treinador elogiou a equipe.
— Existem fases boas e ruins. Nós jogamos muito bem. Faz um mês que estou aqui, e tenho certeza de que foi o nosso melhor jogo. Geramos muitas situações de gol e pressionamos. Jogamos bem e merecemos. Isso que tenho de analisar, e não outra coisa — avaliou.
3) Goleada sobre o Flamengo
Depois da queda no torneio continental, o Inter amargou derrota para o Athletico-PR e empate com o Cuiabá. Na sequência, Aguirre viu a melhor atuação do seu time no 4 a 0 sobre o Flamengo.
Bem postados na defesa e eficientes nos contra-ataques, os colorados contaram com uma atuação de gala de Yuri Alberto, autor de três gols. Taison completou a contagem. A partida virou o modelo para ser seguido. A partir da goleada no Maracanã, Aguirre formatou a sua equipe ideal com Rodrigo Dourado e Rodrigo Lindoso juntos.
Com o resultado, o Inter ganhou confiança e embalou no Brasileirão, deixou de perambular a segunda metade da tabela e passou a sonhar com uma vaga na Libertadores.
4) Vitória decisiva no Gre-Nal
O clássico foi encarado como uma final. Era a chance de afundar o rival mais um pouco na lama do rebaixamento e seguir na batalha por uma vaga direta à Libertadores. O gol da vitória por 1 a 0 foi marcado por Taison, no final do primeiro tempo.
— Tínhamos de ganhar. Era um Gre-Nal, e Gre-Nal se joga assim, como uma final. Não tínhamos como nos preparar de uma outra forma. Senti orgulho pela entrega e coragem dos jogadores. Estou feliz pelos três pontos. Estamos mais perto do que queremos — destacou Aguirre, após a partida.
5) Interesse uruguaio e queda de rendimento
Mas depois de vencer o maior rival, o time de Aguirre não conseguiu repetir as boas atuações. Nos últimos oito jogos, o Inter venceu uma vez, empatou outra e perdeu seis vezes. O período também foi marcado pela possibilidade de saída, já que Aguirre pintou como possível substituto de Óscar Tabárez como técnico da seleção uruguaia — no entanto, a Celeste escolheu Diego Alonso, ex-Inter Miami CF, como comandante.
A vaga certa na Libertadores virou dúvida. Aos poucos, a equipe caiu na tabela e não dava sinais de reação. Mesmo com a zona de classificação à Libertadores esticada, o Inter ficou fora. Na rodada final, uma melancólica derrota por 1 a 0 para o Bragantino.