Contra o Cuiabá, às 20h deste sábado (31), no Beira-Rio, o Inter tem a chance de mostrar evolução na primeira semana cheia para Diego Aguirre apenas treinar. A partida é válida pela 14ª rodada do Brasileirão, única competição que a equipe terá até o final do ano. E trata-se de um adversário direto na fuga da parte inferior da tabela.
Com dois pontos e uma partida a mais, o Inter recebe os cuiabanos para abrir distância do Z-4 (atualmente, são três pontos) e tentar se aproximar de algo a mais. A zona de classificação à Sul-Americana, por exemplo, até está acessível e se vencer o time gaúcho dormirá dentro dela.
Mas a partida contra o Cuiabá pede mais do que uma vitória. Como desta vez houve tempo para se preparar, a expectativa é a de que o Inter apresente um futebol melhor do que o que vinha mostrando antes.
Há pelo menos três itens que precisam evoluir e o tempo sem jogos pode ajudar.
Aproveitar as chances
O Inter tem problemas ofensivos. Desde a chegada de Aguirre, foram 10 jogos e apenas sete gols marcados. Mas a falha não está na criação. O time finalizou 138 vezes nessas 10 partidas. A questão é a pontaria, com apenas 48 dessas finalizações (34,7%) indo na direção do gol adversário.
Assim, o Inter precisa de 19,7 chutes para marcar um gol desde que Aguirre chegou. Ou 6,8 finalizações certas para balançar as redes adversários.
— O mais difícil, que é criar, o time está fazendo. Então precisa ter paciência, porque com o tempo vai encontrar os gols. Nessas horas, o ideal é colocar quem tem os melhores números — atesta o ex-centroavante Leandro Machado, que ganhou o apelido de Especialista, por seu faro de gols, que o levou, inclusive, à Seleção.
Para o jogo, porém, os mais experimentados (Galhardo e Yuri Alberto) estão fora, suspensos. Guerrero não será titular, mas talvez seja opção no banco. Assim, o jovem Vinicius Mello, 18 anos, deve receber oportunidade como centroavante. Como os desempenhos dos concorrentes não têm sido bons, é chance para buscar uma vaga.
Mais repertório
O Inter do jogo contra a Chapecoense, o da estreia de Aguirre, apresentou uma variação do que era feito com Miguel Ramírez. O time baixava as linhas e não perdia chances para contra-atacar, em vez da opção por ficar mais com a bola. Sem tempo para trabalhar, porém, houve pouco avanço. Agora, a tendência é de que se perceba mais evolução. Uma delas é no aproveitamento de Palacios.
O chileno é considerado um polivalente do ataque e deve aparecer contra o Cuiabá partindo de uma das pontas, tendo Taison e Mauricio como companheiros de criação, com Vinicius Mello à frente.
— Estou melhorando. Depois que passei pela seleção chilena, cresci. Estou mais confortável, me sentindo mais em casa, e com o apoio dos companheiros espero corresponder em campo — disse Palacios aos meios oficiais do Inter.
Melhor condição física
Diego Aguirre, na passagem anterior, mostrou um time de alta intensidade, com pressão na defesa e contra-ataques fulminantes. Mas pecava na questão física. Agora, pegou o time já no meio da temporada, emendada com a anterior, e claramente os jogadores sentem o desgaste. A semana sem jogos, em tese, deve ajudar alguns a recuperar o fôlego e outros a se fortalecer fisicamente.
Alguns casos são mais flagrantes, como Taison e Rodrigo Dourado, que frequentemente (até por seus esforços em campo) terminam as partidas esgotados. Ou Patrick, que se recupera de um desconforto muscular, mas está abaixo do nível apresentado na temporada passada.