O Inter recebe o Always Ready, na noite desta quarta-feira (26), às 19h, no Beira-Rio, em jogo válido pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. Enquanto o Colorado busca confirmar a primeira colocação do Grupo B, os bolivianos tentam a primeira vitória fora de casa na principal competição da América do Sul, além de estarem de olho na possibilidade remota de conquistarem uma vaga na Sul-Americana.
Embora a presença de público esteja proibida nos estádios, por conta da pandemia do coronavírus, o Always Ready, atual campeão boliviano, não pode se considerar sem torcida na estadia em Porto Alegre. Tudo isso por conta da relação da família do empresário gaúcho Lauro Kahl, 55 anos, com a equipe da cidade de El Alto, na região metropolitana de La Paz.
— Temos uma relação muito afetuosa com o Always Ready porque é o time do meu sogro. Ele era um torcedor fiel que ia no Hernando Siles, que é o principal estádio da Bolívia, quando havia poucos torcedores do Always Ready. Ele levava a minha mulher para ver futebol e ela acabou se encantando — destacou Lauro.
Lauro conheceu a esposa boliviana durante uma viagem ao país, na década de 1980. Embora Sonia Achá Kahl conhecesse o Brasil, e estudasse Letras na UFRGS, foi uma viagem de férias feita por Lauro que os uniu.
A paixão de Sônia, 53, pelo futebol foi herdada do pai, Javier Achá, que morreu em 2014, o que não a impediu de repassá-la aos filhos Eduardo, 22, e Fernanda, 16, nascidos no Rio Grande de Sul. Eles também torcem para o Grêmio, mas não se esquecem da ligação com o time boliviano.
— Na Bolívia, todos nós somos Always por causa do meu avô. Ele podia torcer para o The Strongest, ou para o Bolivar, mas ele teve contato e sempre gostou do Always Ready — ressaltou Eduardo.
Eduardo falou sobre a emoção de ver o Always Ready disputando uma Libertadores. A vitória do Always Ready sobre o Inter, por 2 a 0, na Bolívia, foi festejada.
— Foi sensacional. Reunimos a família. A minha avó de La Paz estava aqui. No primeiro gol, foi um sentimento de euforia. O segundo gol ainda mais, porque foi feito por um conhecido (Algarañaz) da família. Não sei nem dizer qual foi a sensação — relembrou.
Eduardo sabe que a classificação às oitavas de final da Libertadores é improvável, mas sonha, quem sabe, com uma vaga na Sul-Americana. Para isso, o Always precisaria terminar na terceira colocação da chave, o que depende de uma vitória, além da questão do saldo de gols. Caso isso ocorra, abriria a oportunidade de ver um confronto entre os dois clubes do coração.
— A classificação está difícil, mas a vitória no jogo de hoje (quarta) pode classificar para a Sul-Americana, o que daria a oportunidade de enfrentar o Grêmio — pontuou.