Antes de encarar o Olimpia, nesta quarta-feira (5), a comissão técnica do Inter certamente estudou os pontos fortes e fracos de seu adversário pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Porém, se precisar de um depoimento de alguém que tem visto os paraguaios de perto, basta fazer uma ligação para Diego Gavilán.
Foi isso o que fez a reportagem de GZH: conversou com o ex-volante que passou pela dupla Gre-Nal nos anos 2000 e que, desde janeiro, atua como técnico do time sub-23 do Cerro Porteño — tradicional rival do Olimpia, em Assunção. Confira o resultado deste bate-papo:
O clube que você trabalha, o Cerro Porteño, venceu o clássico com o Olimpia no último fim de semana por 2 a 0. O que você pode falar sobre os destaques deste adversário do Inter?
O Olimpia tem como destaque principal o seu capitão Roque Santa Cruz, que todo mundo conhece. É um atacante de muita experiência, de muita bagagem e um matador importante. Na zaga, tem o Antolín Alcaraz, que já fez história na Europa, jogou Copa do Mundo. No meio-campo, tem jogadores importantes como Alejandro Silva e o Richard Ortíz, que são peças fundamentais da equipe. Então, acho que estes são os destaques do Olimpia, além de jogadores jovens que estão tentando ajudar a equipe a se recuperar depois da derrota do último sábado contra o Cerro Porteño.
O técnico do Olimpia é o Sergio Órteman, ex-meia que passou pelo Grêmio. Há uma nova geração de treinadores paraguaios vindo por aí?
Sim, tem uma quantidade importante de treinadores da nova geração, que está conseguindo espaço aos poucos. Inclusive, já tem vários treinadores trabalhando fora do país. O Morinigo está no Coritiba, o Florentín está na Bolíva (The Strongest). Aqui tem uma quantidade importante de treinadores que está tentando mudar muita coisa aqui e, principalmente, tentando mudar a mentalidade do futebol paraguaio. Tentando elevar o nível do treinador profissional paraguaio, que tem capacidade, mas muitas vezes a falta de confiança, de credibilidade no seu potencial, faz com que não possa mostrar o seu trabalho. Hoje já temos vários treinadores saindo e conseguindo se manter em um nível competitivo.
Aliás, você está treinando a equipe sub-23 do Cerro Porteño e o Arce é o técnico da equipe principal. Como está sendo esta experiência?
Está sendo boa. Estamos desenvolvendo um projeto de longo prazo, para poder construir esportivamente coisas para o clube, junto do professor Arce. Nós trabalhamos diretamente dentro de uma linha de modelo de jogo e muitas ideias que tem a ver com o futuro do clube, no meu caso. Sinceramente, estou muito feliz de poder trabalhar perto dele e no clube que a gente ama. É uma experiência de muito aprendizado, com um treinador de muita bagagem e que, para mim, é o melhor treinador paraguaio na atualidade. Então, é um momento fantástico e tenho tentado curtir e aproveitar esta oportunidade de trabalhar com jogadores jovens, que no futuro podem ser os jogadores da equipe principal.
Da última vez que conversamos, você falou que estava realizando o curso de treinador da CBF. Como está esta situação?
A gente está mantendo o curso através das aulas virtuais, para manter o grupo ativo. Mas estou esperando, logicamente, que possa liberar um pouco mais para poder fazer a parte prática e presencial, onde a gente pode realmente tirar muito proveito com a troca de ideias e outros conceitos que a gente, mais ou menos, vem manejando nestas aulas.