O Inter viajará para o Paraguai nesta quarta-feira (19), onde enfrentará o Olimpia pela Libertadores. A estadia em Assunção é importante para a sequência colorada na competição, já que o time de Miguel Ángel Ramírez precisará pontuar para chegar à última rodada com boas condições de garantir vaga para as oitavas de final.
Porém, um outro assunto — este fora de campo — também poderá ser definido pelo clube na passagem pela capital paraguaia: a vacinação do grupo de jogadores e demais membros da delegação. O clube ainda não se manifestou oficialmente sobre a opção por fazer ou não as imunizações. Nesta terça-feira, procurada pela reportagem de GZH, a Conmebol informou que as doses seguem à disposição de todos os clubes que assim desejarem utilizá-las.
— Temos reserva para todos os clubes, mas não recebemos nenhuma comunicação do Internacional. Não é obrigatório, mas tem reserva para todos. É só enviar um documento à Conmebol solicitando a vacinação — disse Ariel Ramírez, chefe de imprensa da entidade.
Procurado, o vice-presidente de futebol colorado, João Patrício Herrmann, disse ainda não ter recebido uma definição oficial da gestão do clube:
— Este assunto é com Conselho de Gestão do Inter. Ainda não chegou nada até a vice-presidência de futebol.
Com 50 mil doses de CoronaVac doadas para a Conmebol, com auxílio do governo do Uruguai, os clubes que participam das duas principais competições organizadas pela entidade têm direito a se vacinar. A entidade salientou, em comunicado publicado depois do recebimento das doses, que elas têm "nome e sobrenome" e "não podem ser desviadas ou usadas em pessoas que não fazem parte do alvo desta campanha".
Em virtude disso, os clubes brasileiros enfrentam dilemas éticos e legais para aceitar ou não as doses. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já afirmou que, se entrarem no Brasil, as doses do imunizante devem ser entregues ao SUS, e não utilizadas pelos clubes de futebol. A declaração do órgão foi baseada na Lei nº 14.125/2021, promulgada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 10 de março, que diz que, em caso de importação dos imunizantes, eles devem ser integralmente incorporados pelo Sistema Único de Saúde, "a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunização (PNI)".
Há um paralelo com a vacinação que vem sendo feita em território brasileiro e organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para os brasileiros que estarão nos Jogos de Tóquio. Este processo faz parte do PNI do governo federal e garante mais de 7 mil doses extras à população brasileira, imunizando 3,6 mil pessoas. Esta ação não terá custos para o país, graças à doação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de vacinas das empresas farmacêuticas Sinovac e Pfizer.
A Conmebol garante que necessita apenas de um documento do clube para organizar a vacinação e que isso poderá ser definido, inclusive, com a presença da delegação colorada em Assunção, já que o Inter ficará hospedado no hotel que está localizado ao lado do prédio da Confederação Sul-Americana de Futebol.