É apenas a segunda rodada, mas tem jeito de decisão. Para evitar correr riscos nessa primeira fase da Libertadores é inegociável vencer o Táchira. Hoje à noite, no Beira-Rio, o Inter fará seu primeiro jogo em casa mas com a pressão de ter perdido a estreia na Bolívia.
A partida das 21h30min, assim, ganha mais peso, já que um novo mau resultado poderia complicar uma classificação que parecia simples quando houve o sorteio das chaves.
Miguel Ángel Ramírez poderá contar com Taison, o maior reforço da temporada. Talvez não para os 90 minutos, mas no tempo que for possível, será um acréscimo. Além dele, veja outras quatro razões para acreditar no Inter.
Reestreia de Taison
Ninguém está mais ansioso do que Taison. Desde que saiu do clube, em agosto de 2010, o atacante sempre deixou claro que voltaria ao Inter. Pois a hora chegou. Diante do Táchira, agora vestindo a camisa 10, ele deve fazer sua reestreia pelo clube que o apresentou ao mundo.
A tendência é de que comece no banco, já que ainda carece de adaptação ao time. Mas os últimos treinos mostraram que clinicamente e fisicamente está muito bem. Edenilson assegurou:
— Pelos treinamentos, vimos que ele segue sendo muito rápido. Vai nos ajudar muito, e ficamos muito felizes por ter um jogador dessa qualidade aqui. Estamos loucos para ver jogar.
Resta ver onde Taison atuará. Ramírez havia dito que conversaria com o jogador para ver em qual função poderia render mais e, a partir daí, montar seu time. A maior possibilidade é a de que seja atacante. Contra o Táchira, porém, deve entrar ao longo da partida.
Jogo em casa
A estreia colorada teve o fator atípico dos 3,6 mil metros de La Paz, um dos grandes dificultadores da Libertadores. O técnico colorado revelou que alguns jogadores sentiram cansaço e dores já no aquecimento.
— Foi algo que eu nunca havia vivenciado. Foi a primeira vez que atuei na altitude, e existe, sim, uma dificuldade de jogar lá. Todos que atuaram nessas circunstâncias sabem da dificuldade, principalmente em manter um ritmo alto — contou Nonato a GZH.
Mas agora, no Beira-Rio, no nível do mar, tudo precisa ser diferente. Sob o comando de Ramírez, o Inter tem 83% aproveitamento em casa. São quatro jogos com três vitórias e um empate. Marcou 11 gols e sofreu dois. Mantendo esse índice, certamente conseguirá vaga à próxima fase.
Adversário
De todos os adversários do grupo, o Táchira é o que menos tende a oferecer resistência. A equipe venezuelana, a rigor, fez o resultado mais surpreendente da rodada de estreia, ao vencer o Olimpia por 3 a 2 em casa. Claro que a derrota do Inter não estava na conta, mas os brasileiros sofrem, tradicionalmente, na altitude (nos últimos 35 anos, apenas o Palmeiras venceu em La Paz, e no ano passado).
O Táchira tem problemas defensivos bem claros e, mesmo tendo um jogador a mais, levou gol do Olimpia na terça-feira passada. No final de semana, sem todos os titulares, é verdade, levou 5 a 0 do Zulia, pela segunda rodada do Campeonato Venezuelano. Na competição nacional, está na quinta posição.
Necessidade de vitória
A derrota para o Always Ready teve, para o Inter, o atenuante de o Táchira ter vencido o Olimpia. Assim, se ganhar dos venezuelanos à noite, o time gaúcho empatará em pontos e até poderá passar pelos critérios de desempate dependendo da diferença de gols. Mas o cálculo precisa levar em consideração a possibilidade de os colorados não vencerem.
Aí, sim, será um problema. Porque passadas duas rodadas, o Inter estará atrás do Táchira e do Always Ready certamente e poderá ficar longe também do Olimpia, adversário de quarta-feira que vem. Ramírez está ciente disso.
— O resultado que tiveram na ida lhes permite vir sem tanta pressão, podendo ficar mais atrás. Mas vai encontrar um Inter buscando o resultado desde o início. Precisamos ser muito agressivos — apontou, na última entrevista coletiva.
Ataque poderoso
— Com um, dois, três, quatro gols, a equipe seguiu buscando o jogo e atacando. Este é o Inter que queremos, que não poupamos nada, que sigamos indo atrás do rival até o fim do jogo. Precisamos ter fome.
Foi assim que Ramírez descreveu seu ataque no 5 a 0 sobre o Esportivo, válido pela última rodada do Estadual. De fato, o poder ofensivo é uma das principais forças coloradas. São 20 gols marcados em nove partidas do Inter sob a batuta do espanhol (incluindo o jogo contra o Ypiranga, em que o treinador foi Martín Anselmi, seu auxiliar). Somados aos jogos de Fábio Matias, o time foi o mais goleador da primeira fase e dono das duas maiores goleadas, 6 a 1 sobre o Aimoré e o 5 a 0 do sábado.
A boa notícia para o treinador é que o time não depende de algum jogador específico para fazer gols. Galhardo (com quatro gols) e Yuri Alberto (três) são os goleadores, e disputam uma das vagas. Guerrero deve ficar de fora, reforçando o tratamento no joelho operado. As outras duas posições do ataque devem ser de Patrick e Palacios.