Apesar da derrota em casa para o Sport por 2 a 1, o vestiário do Inter mantém a confiança na conquista do Brasileirão. A avaliação interna no Beira-Rio é de que os vacilos contra o time pernambucano foram um "ponto fora da curva", devido a um acontecimento atípico: a expulsão de Uendel.
Conforme apurado por GZH, o diagnóstico feito pela comissão técnica e pela direção aponta que, nos 25 primeiros minutos, o time jogava bem e realizava uma partida tranquila, de ataque contra defesa, que provavelmente teria a vitória colorada como resultado natural. Contudo, a equipe não reagiu bem após Uendel receber o cartão vermelho.
Desacostumado a jogar com um a menos, o Inter sentiu no aspecto tático. Sem o seu lateral-esquerdo, Patrick teve que recuar para a defesa, o que chamou o Sport para aquele flanco. Com a entrada de Léo Borges, Praxedes teve que ser "sacrificado", e a ausência de uma peça no meio-campo fez falta à equipe.
Para o vestiário colorado, os problemas na parte tática afetaram o psicológico. Com um a menos, o time passou a cometer erros que normalmente não comete, como o passe errado de Rodrigo Dourado, no gol de Marcão, e o descuido de Marcelo Lomba e da defesa, que pararam por acreditar que a bola havia saído no gol de Dalberto.
— Isso faz parte. É o melhor campeonato do mundo. É um campeonato em que os primeiros colocados derrapam com os últimos. Só tem uma coisa. Somos líderes com um ponto de vantagem. O título depende só de nós e é nessa linha que vamos trabalhar. Entendo algumas frustrações, mas, quando assumimos o futebol, estávamos nove pontos atrás do líder. Hoje, estamos um ponto na frente e em uma situação confortável na tabela. O grupo está concentrado em ter o melhor desempenho — ponderou o vice de futebol João Patrício Hermann.
Atrás no marcador e com inferioridade numérica, o Inter sentiu o nervosismo em campo. Um exemplo disso foi o ambiente de tensão à beira do gramado, em que os reservas colorados caíram em provocações do banco do Sport. Em uma das confusões, Zé Gabriel foi expulso.
— Tivemos um dia negativo. Isso faz parte. O juiz estava muito hostil em relação ao nosso banco de reservas. Me surpreendi que ninguém falou nada, pois, na hora do gol do Sport, o (técnico) Jair Ventura correu em direção ao banco do Inter. É uma reação normal. Os atletas se sentiram ofendidos e reagiram para defender o escudo colorado. Mas é do jogo. Expulsão, jogar mal e reagir a uma provocação fazem parte do jogo. Não é por isso que vamos deixar de ser campeões. Pode ter certeza de que amanhã (domingo) será diferente — completa João Patrício.
Contudo, o que dá confiança para a comissão técnica e para a direção é que aquele jogo foi considerado atípico. Foi apenas a segunda expulsão do time desde que Abel assumiu o comando. Contra o Vasco, neste domingo (14), se não houver situações similares, a expectativa é de que a equipe demonstre a mesma concentração das nove vitórias consecutivas entre dezembro e janeiro.
— Nunca nos consideramos campeões ou garantimos campeonato. Mas não esqueça que ainda somos líderes. O Inter só depende de si. Não depende de mais ninguém — declarou o técnico Abel Braga.
A previsão, em contrapartida, é de que o jogo contra o Vasco está longe de ser fácil. Desesperado para evitar o rebaixamento o time carioca anunciou uma espécie de "plano de crise" para aumentar a mobilização do grupo nas rodadas finais. O jogo no domingo (14), em São Januário, será às 16h.