O Vasco ingressará na segunda-feira (15) com um pedido de anulação do jogo contra o Inter junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube carioca manifestou sua indignação em relação ao primeiro gol colorado na vitória por 2 a 0 ,em São Januário
O departamento jurídico vascaíno alega que o sistema do árbitro de vídeo não funcionou na hora em que saiu o gol de Rodrigo Dourado. A situação dificilmente terá um desfecho que leve a realização de uma nova partida, segundo especialista consultado pela reportagem.
— Não (deve ser anulado), porque não houve erro de direito. Mesmo que o VAR não tenha funcionado, ele é um auxiliar, não é o árbitro. Vale a decisão de campo. O Vasco está no direito dele, mas a jurisprudência aponta em sentido contrário. Não há prova de um erro de direito — analisa Décio Neuhaus, especialista em direito desportivo e ex-auditor do STJD.
Configura-se o erro de direito um erro oriundo de uma ação intencional do árbitro ou devido ao desconhecimento da regra do jogo.
A situação da falha do VAR está prevista no Manual de implementação em competições oficiais, da CBF. O documento afirma que a partida não pode ser invalidada devido aos seguintes problemas:
- Defeito(s) na tecnologia do VAR (inclusive na tecnologia da linha de gol – GLT)
- Decisão errada envolvendo o VAR (dado que o VAR é um membro da arbitragem);
- Decisão de não revisar um incidente;
- Revisão de uma situação não revisável.
O lance causou revolta entre os dirigentes vascaínos.
— O que aconteceu hoje (domingo) é inadmissível. A gente estava no vestiário, e quando saímos para o jogo o pessoal da Vasco TV me avisou que pediram para eles tirarem a câmera que fica à beira do gramado, porque ela poderia captar uma imagem que pudesse depois desmentir o VAR. Não sabíamos o motivo disso, mas muito provavelmente é porque a CBF sabia que a linha de impedimento estava descalibrada — disparou Alexandre Pássaro, diretor de futebol do Vasco, em pronunciamento após a partida.
A direção do Inter também não ficou satisfeita com a atuação de Flávio Rodrigues de Souza (Fifa/SP). O presidente Alessandro Barcellos contestou o pênalti assinalado para o Vasco no segundo tempo. Após marar a penalidade, o árbitro foi chamado ao monitor para rever o lance, mas ele manteve a decisão tomada em campo.
A implementação do sistema do VAR no Brasil é feita pela Hawk-Eye. A empresa tem vasta experiência com a arbitragem de vídeo, atuando em 26 competições ao redor o mundo, entre elas os campeonatos Italiano e Alemão.
Em contato com a reportagem, a empresa informou que sua posição será externada através da CBF.