O Inter finalmente voltou a vencer no Brasileirão. Neste sábado (12), bateu o Botafogo, de virada, por 2 a 1, no Beira-Rio, pela 25ª rodada da competição. O resultado encerrou com um retrospecto de sete jogos com derrotas e empates na Série A. Foi ainda a primeira vitória de Abel Braga no torneio nacional no retorno ao Rio Grande do Sul.
Em entrevista coletiva virtual após a partida, o treinador destacou o alívio em voltar a vencer no Brasileirão. A última vez que o time havia conseguido somar três pontos foi em 18 de outubro, no 2 a 0 sobre o Vasco, no Beira-Rio — ainda sob o comando de Eduardo Coudet. Segundo Abel, o placar na noite deste sábado era muito mais importante do que o desempenho do time.
— Amigos me falaram: "Você vai pegar o Inter para quê, cara?". Eu disse: "O Inter vai precisar de mim". Vou sempre estar à disposição. Você não pode imaginar o quanto essa vitória me fez bem. Você não pode imaginar o quanto vai ser bom pegar a tacinha de vinho hoje. Vai ser bom demais — afirmou o técnico colorado.
— Tínhamos de vencer para nos mantermos no bolo. Vamos jogo a jogo. Voltamos a nos encontrar com a vitória. Hoje, o resultado era muito mais importante do que a atuação — acrescentou.
Abel Braga ainda comentou o bom desempenho de Yuri Alberto. O atacante de 19 anos marcou três dos sete gols do Inter desde a chegada do técnico:
— É um jogador muito combativo. Conversei com ele e disse que deveria ser até um pouco mais tranquilo, sem tentar fazer as coisas com velocidade. É um menino espetacular, que trabalha muito. Hoje, na troca, ele sentiu um pouquinho (fisicamente). O lado direito do Botafogo estava forte. Lutou muito. Fico feliz que fez mais um gol. Agora, sem pressão, torço para que o Galhardo volte a fazer gols.
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Briga pelo título
"Nós temos de brigar por tudo que é possível. Não estamos em um clube comum, é um grupo que tem brio, sabe o que representa uma conquista. É o que vamos tentar fazer. Viemos de jogos fora de casa. Animicamente, ninguém queria ficar fora. Isso é louvável."
Sobre qual será o time titular
"Hoje, você sabe, meu time é este. Mas já não tenho o Rodinei no próximo jogo (suspenso pelo terceiro cartão amarelo). Meu time ainda tem o Praxedes (está com a seleção brasileira sub-20). Ele me deu uma liga boa, defensivamente e na saída, na movimentação, na dinâmica. É um jogador de intensidade. Essa semana (sem jogo) vai fazer bem. O importante é a gente aproveitar. Deixamos o Galhardo um pouco mais para trás, para não termos inferioridade no meio. Estou contente, satisfeito. Feliz pela torcida. Perdemos de uma maneira que não foi justa contra o Fluminense. Vamos continuar brigando. Hoje, o importante era conquistar três pontos."
Sobre Rodinei e Lindoso no time titular
"Tirei o Rodinei porque tomou amarelo e teve uma pressão, no toque de mão, para ele ser expulso. Fiquei com medo que ele fosse expulso. Hoje, ele teve, mais ou menos como contra o Boca, a missão de segurar mais. O Lindoso fez um jogo incrível na Bombonera. Hoje, acho que não foi bem aquilo que estávamos esperando. Estava com o Dourado fresco, coloquei e entrou bem. Isso vai acontecer sempre. Tem jogadores que vão se adaptar melhor a um time com muita velocidade. Eu tenho que procurar, dentro do plantel, jogadores com características que vão se adaptar melhor ao adversário."
Sobre a bola aérea defensiva
"Não tomamos gol de cabeça contra o Boca. Nem aqui, nem lá. Contra o Atlético-GO? Também não. O percentual (de gols sofridos através da bola aérea adversária) baixou bastante. Hoje foi uma bola estranha, a nível de rebote. Nós jogamos contra a equipe que mais cruza bola no Brasileirão, com dois zagueiros altos e o Pedro Raul. Tentamos diminuir bem dos lados, para que não houvesse cruzamento. Acho que o nível de gols de cabeça (sofridos) caiu bastante."
Respaldo com a nova direção
"Essa pergunta, você não tem de fazer para mim. Primeiro, sou apolítico. Sou amigo. Sou uma pessoal que tem uma identidade enorme com o clube, com o torcedor. Eu quero ser uma pequena peça nesta engrenagem. Tenho contrato até fevereiro. Não sei se o presidente que for eleito vai querer que eu cumpra (o contrato). Não sei o que vai acontecer depois."