Goleador do Inter em 2020, com 18 gols marcados, Thiago Galhardo é o jogador de linha mais escalado por Eduardo Coudet na temporada. Dos 38 jogos disputados pelo Colorado até o momento, o meia-atacante participou de 33, sendo 23 deles como titular. Somente o goleiro Marcelo Lomba, com 35 partidas, teve mais aparições do que o artilheiro.
Os números de Galhardo têm sido melhores a cada ano. Em 2018, quando defendia o Vasco da Gama, o atleta de 31 anos atuou em 38 jogos, 19 desde o início, e anotou sete gols. Na temporada seguinte, somando os compromissos pelo clube carioca e, posteriormente, no Ceará, foram 48 partidas, 37 delas como titular, e 14 gols feitos.
Desde que chegou ao Inter, Galhardo ressaltou em algumas entrevistas a passagem pelo Albirex Niigata, do Japão, em 2017, como fator preponderante para uma mudança de pensamento em relação a carreira, o que pode explicar a atual fase vivida pelo jogador.
— Foi um desafio muito grande e um baita aprendizado (jogar no futebol japônes). Hoje eu vejo o quão profissional eu me tornei por causa dessa passagem no Japão. Lá, os jogadores sempre chegavam duas horas antes dos treinamentos. E isso é algo que eu trouxe para o Brasil, de ser um dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair. Eu vivo intensamente o clube — destacou.
Para se ter uma ideia da evolução apresentada por Galhardo, de 2010, ano em que foi revelado pelo Bangu, até 2016, última temporada antes de se transferir ao futebol japonês, o meia-atacante marcou 24 gols. Do retorno ao Brasil, em janeiro de 2018, até aqui já foram 39 gols anotados. Durante o período no país asiático, o jogador foi comandado por Wagner Lopes. O treinador falou sobre a dedicação apresentada pelo atleta.
— Nós conversamos muito sobre isso, sobre o corpo ser o instrumento de trabalho. Isso fez com ele despertasse a respeito disso. Ele sempre buscou ter uma boa preparação, treinar no limite. O futebol no Japão é muito rápido e acredito que isso também o ajudou nesta questão (da dedicação). O (jogador) brasileiro não quer ficar para trás. Ele não é um velocista, mas se movimenta bastante. Tem uma característica aeróbica muito boa. Chegou ao auge e espero que continue assim — exaltou.
Com a grave lesão sofrida por Paolo Guerrero, Galhardo assumiu o protagonismo no ataque do Inter. Em 14 jogos disputados sem a presença do peruano, foram 13 gols marcados. A capacidade para marcar gols não é novidade para Wagner Lopes, que relembra as cobranças feitas ao jogador para que se aproximasse da área adversária e finalizasse mais.
— O Thiago no Japão pisava muito pouco na área. Era uma coisa que a gente cobrava muito. Ele não gostava de cabecear. Preferia bater o escanteio. Ele tem um ótimo tempo de bola e eu falava isso para ele. Neste ano ele tem conseguido buscar o espaço e estar bem posicionado, o que mostra o amadurecimento dele na carreira — concluiu.