Desde que assumiu o Inter no começo do ano, Eduardo Coudet tem feito algumas improvisações em suas escalações. Volante como zagueiro, zagueiro como lateral, meia como segundo atacante, o argentino tem tornado isso comum no Colorado. Algo que já era normal em outros clubes treinados por Coudet.
O improviso é algo normal no futebol. Recentemente, o Inter foi campeão da Copa Sul-Americana com Bolívar, zagueiro de origem, atuando na lateral-direita, escalado por Tite. O agora treinador pondera que as improvisações dependem muito da capacidade do elenco e também da versatilidade dos jogadores.
— Depende muito da característica de cada atleta, tem jogador que é versátil e consegue fazer mais de uma função. No meu modo de pensar como técnico, se você tem jogadores para função, fica meio complicado escalar outro que não está habituado a atuar por ali. É aquela situação, depende da sua relação com o grupo de jogadores — pondera.
O atacante Nilson, que chegou ao Inter como meio-campista e foi transformado em centroavante, inclusive marcando no Gre-Nal do Século, afirma que a improvisação é fundamental para as equipes, mas que precisa das peças certas:
— Para esse tipo de improvisação, você precisa ter as peças certas e saber usá-las. Na minha época, eu jogava como 9, ponta, falso 9, meia, eu tinha facilidade para fazer essas outras funções. Eu acho que tem de haver esse revezamentos de funções entre os jogadores do time.
Para o zagueiro Régis, que acabou sendo improvisado como lateral-esquerdo pelo técnico Celso Roth na década de 1990, o improviso não pode se tornar algo frequente, como em um campeonato inteiro.
— O nome já diz tudo, né? Improvisação. Eu, particularmente, se te disser que gostava de jogar como lateral, estaria te mentindo. Minha posição era quarto zagueiro. Três, quatro jogos, tudo certo, mas ao longo de uma competição acho que não dá certo — afirma.