Como foi bom rever a conquista do Mundial. A vitória épica do Inter sobre o Barcelona é uma coletânea de momentos especiais e muitos detalhes que, no dia, poucos se deram conta. Todos sabemos que o melhor em campo foi Iarley – só o pessoal da Fifa que discordou, dando a Deco o prêmio individual –, mas tivemos muitas atuações impecáveis, algumas mais “vistosas”, outras menos.
Além de executarmos uma marcação quase perfeita, não foram poucas as vezes em que chegamos no gol adversário. É bem verdade que com pouco perigo – o goleiro Víctor Valdés não fez nenhuma defesa difícil –, mas a construção de jogadas na direção do gol mostrou que quem diz que o Inter “só se defendeu e jogou por uma bola” está redondamente enganado.
E tem um aspecto, em especial, que até hoje me impressiona: por que Adriano Gabiru chutou aquela bola com a parte externa do pé? Quem já jogou futebol sabe que, em condições “normais”, aquela bola seria chutada com a parte de dentro do pé direito. A direção que a bola vem, o jeito que ela é dominada e o enquadramento do corpo quase o obrigavam a chutar deste jeito. Mas não: ele bateu com a parte externa.
Predestinado e improvável
Quem sabe se não foi exatamente essa forma de ter chutado a bola que tenha impedido a defesa de Valdés? Sei lá. Só tenho certeza de que esse lance é tão improvável quanto ele ter entrado em campo no lugar do maior jogador da nossa história, ou do fato de ter feito o gol do título.
Pouco importa. Ser campeão do mundo contando, também, com generosas doses de improbabilidade só torna a conquista ainda mais mágica.