Segundo time mexicano a chegar na final da Libertadores (o Cruz Azul foi o primeiro em 2001), o Chivas Guadalajara alcançou sua primeira final da competição sul-americana depois de entrar direto nas oitavas de final daquele campeonato em virtude da retirada dos mexicanos da disputa do ano passado em virtude da gripe suína.
Com uma trajetória mais curta do que o Inter até a final, a equipe mexicana se aproveitou do seu fator local para garantir sua passagem até a grande decisão. O Chivas jogou em dois estádio diferentes (Jalisco e Azteca) nas fases anteriores e só estreou o antigo Omnilife Stadium, com gramado sintético, na partida contra o Inter. A aposta dos mexicanos era que as tradições locais ajudassem a equipe a serem campeões da Libertadores.
— Cheguei antes na cidade para acompanhar um pouco do Chivas. O clube era muito organizado, com estrutura de marketing, um estádio novo. Tem a cultura de se valorizar as questões locais, regionais de Guadalajara e justamente por isso dava pra perceber uma confiança muito grande de que seria possível ganhar o título da Libertadores. Cultura de força da tradição local, pela estrutura do clube e pela condição financeira — conta Eduardo Gabardo, repórter da Rádio Gaúcha que esteve no México em 2010 para acompanhar a final.
Os próprios jogadores do Chivas falam sobre a confiança que a equipe tinha naquela ocasião e como eles pensavam em fazer história, sendo o primeiro clube do México a serem campeões da Libertadores. Héctor Reynoso, capitão do time, admite a dificuldade para chegar até a final.
— Foi uma final muito esperada por nós. Queríamos fazer coisas importantes pelo clube. Tínhamos a experiência de quatro Copas Libertadores anteriormente, em que conseguimos bons resultados. Não foi fácil, todos os jogos foram complicados. Jogar contra Universidad de Chile na semifinal foi muito difícil. Depois, encontramos o Internacional de Porto Alegre que sabíamos que era uma grande equipe, com grandes jogadores e grande experiência na competição — contou.
Apesar da confiança e da vontade dos jogadores de escreverem o seu nome na história do Chivas, o Inter encontrou um clima bem diferente do comum na Libertadores: sem pressão e sem animosidade.
— A expectativa era bem inferior a que a gente tava acostumado com outros torcedores da América do Sul. Os mexicanos normalmente não participavam da competição, então, de certo ponto, era algo meio desconhecido. Claro que no dia do jogo tinha muita gente e muita empolgação, mas não tinha clima de animosidade e de pressão. Tinha a atenção porque valia o título — conta Luciano Périco, repórter da Rádio Gaúcha, que também esteve no México.
A campanha do Chivas até a final
Oitavas de final
Chivas 3x0 Veléz Sarsfield
Veléz Sarsfield 2x0 Chivas
Quartas de final
Chivas 3x0 Libertad
Libertad 2x0 Chivas
Semifinal
Chivas 1x1 Universidad do Chile
Universidad do Chile 0x2 Chivas