Em 2006, o Inter conquistou sua primeira Libertadores com uma dupla de ataque muito eficiente. No primeiro jogo da final, contra o São Paulo, no Morumbi, Rafael Sobis foi o autor dos dois gols da vitória por 2 a 1. Na volta, no Beira-Rio, Fernandão fez um e deu assistência para o outro gol, no empate por 2 a 2.
Embora a diferença de idade não fosse tão grande — apenas sete anos —, Sobis nunca escondeu sua admiração e carinho pelo companheiro de equipe. Na época, o jogador tinha apenas 21, enquanto o camisa 9 e histórico capitão colorado já estava com 28 anos de idade.
— Era como pai e filho. Não sei o que ele viu em mim, mas gostou de mim. Eu sempre fui de olhar para os mais experientes, aqueles jogadores que deram certo. Ganhei proximidade com o Fernandão, que teve uma história muito legal. Ele e a Fernanda (esposa de Fernandão) foram como pais para mim, além do futebol. O campo é consequência, mas quem conhecia ele fora se apaixonava. O Fernandão era um cara que sabia muito e ensinava, no dia a dia era espetacular. Ele faz muita falta. Infelizmente, aconteceu, a vida é assim, mas faz muita falta — comentou o atleta que, aos 34 anos, defende o Ceará.
Outro personagem da conquista de 2006 que também deixou marcas profundas na vida de Sobis foi o treinador Abel Braga. Em entrevista à live Papo Gre-Nal, no Instagram de GaúchaZH, ele comentou a importância do título da Libertadores na carreira de ambos.
—Penso que ali foi um divisor de águas. O Abel é um “paizão” meu. Ele teve dificuldade no começo, segurou muitas broncas. É muito difícil ser treinador porque cada jogador tem uma pensamento e o técnico precisa fazer todos acreditarem no trabalho. O Abel foi muito importante e sofria essa pressão de ter perdido uma Libertadores (em 1989) e o Gauchão naquele ano — definiu ele que voltaria a ser comandado por Abel no Al-Jazira, nos Emirados Árabes Unidos, e no Fluminense.
Como parte do projeto Saudade do Esporte, RBS TV e Rádio Gaúcha retransmitirão o jogo do título de 2006, no próximo domingo, às 16h.