A cada atuação do Inter de Eduardo Coudet, torcida e imprensa se acostumam à nova filosofia de jogo implantada no Beira-Rio. Entre as ideias já postas em prática aparecem o sistema tático 4-1-3-2, a saída de três na defesa e a posse de bola. Outras, como a prometida intensidade, ainda não estão totalmente estabelecidas.
Nos nove jogos sob o comando da equipe colorada até aqui, o técnico argentino obteve cinco vitórias, três empates e apenas uma derrota (aproveitamento de 66,6%). Para se ter uma ideia, nenhum outro time comandado por ele sofreu tão poucos gols neste prazo de nove jogos (apenas cinco). Por outro lado, o ataque colorado só marcou mais gols (12) do que o Tijuana, do México.
Para se ter uma ideia de qual escala de evolução está o time vermelho, GaúchaZH compara em qual estágio estavam as outras equipes do argentino na nona partida da temporada.
Inter 2020
5 vitórias, 3 empates e 1 derrota (aproveitamento de 66,6%)
12 gols marcados, 5 sofridos
Rosario Central
6 vitórias, 3 empates e 0 derrotas (aproveitamento de 77,7%)
15 gols marcados, 8 sofridos
A estreia de Coudet como treinador aconteceu na Superliga Argentina de 2015. Nas nove rodadas iniciais com o Rosario Central, ele não perdeu um jogo sequer. Conquistou seis vitórias e três empates (aproveitamento de 77,7%), tendo marcado 15 gols e sofrido oito.
Este trabalho, inclusive, apresenta algumas semelhanças com o Inter atual. Além da presença de Musto à frente dos zagueiros, o técnico escalava o camisa 10 (Cervi) como homem mais próximo ao centroavante (Marco Rúben).
A maior diferença estava nas laterais, onde chegou a usar defensores nas alas — Pablo Álvarez pela direita e Pinola, atualmente no River Plate, no lado esquerdo.
Time-base: Caranta; Pablo Álvarez, Donatti, Yeimar Gómez e Elias Gómez; Musto; José Luiz Fernández, Barrientos e Aguirre; Cervi e Marco Rúben.
Tijuana
3 vitórias, 3 empates e 3 derrotas (37% de aproveitamento)
9 gols marcados, 10 sofridos
No México, o argentino teve seu trabalho mais frustrado, durando apenas quatro meses no cargo (de julho a novembro de 2017). Além de estrear perdendo os dois primeiros jogos, o técnico se viu obrigado a mudar o sistema tático, passando a usar três zagueiros na defesa.
Nos nove primeiros jogos pelo Campeonato Mexicano e Copa do México, foram três vitórias, três empates e três derrotas (aproveitamento de 37%), sofrendo 10 gols e marcando apenas nove.
Time-base: Lajud; Donatti, Valenzuela e Aguilera; Aguirregaray, Musto, Luis Chavez, Malcorra e Damián Pérez; Luis Mendoza e Gustavo Bou.
Racing
7 vitórias, 1 empate e 1 derrota (81,4% de aproveitamento)
25 gols marcados, 9 sofridos
A largada de Coudet no Racing foi com o pé esquerdo — perdeu, fora de casa, para o Unión Santa Fé. Depois, enfileirou resultados positivos. Nas nove primeiras partidas, conquistou sete vitórias, um empate e uma derrota (81,4% de aproveitamento). Entre os jogos vencidos, aparece a goleada de 4 a 2 sobre o Cruzeiro pela Libertadores de 2018.
Foi no El Cilindro também que o treinador obteve os melhores números ofensivos. Ao todo, foram 25 gols marcados em apenas nove partidas, com nove gols sofridos. A média de posse de bola chegou a 58,1% neste período.
Time-base: Musso; Saravia, Sigali, Donatti e Soto; Nery Domínguez; Zaracho, Neri Cardozo e Centurión; Lautaro Martínez e Lisandro López.