
O Inter projeta ter um déficit de R$ 13,6 milhões em 2020. Será o quinto ano seguido em que o Colorado fechará as contas no vermelho. Chama atenção que o resultado negativo estimado para o próximo ano seja cerca de R$ 1 milhão superior ao esperado em 2019. Conforme a previsão orçamentária aprovada nesta segunda-feira (16) no Conselho Deliberativo, o clube projeta redução de receitas no último ano da gestão do presidente Marcelo Medeiros.
O déficit esperado para o ano de 2019 é de R$ 12.627.433. Já em 2020, a previsão é de um resultado negativo de R$ 13.665.872. A última vez que o Inter fechou o ano com as contas em dia foi em 2015, quando o superávit foi de R$ 27,6 milhões. De 2016 em diante sempre as despesas do clube foram superiores às receitas.
Na previsão orçamentária aprovada no Conselho, chama atenção a redução na estima de arrecadação. Em 2020, o faturamento estimado é de R$ 397 milhões, contra R$ 436 milhões de 2019. Ao final da atual temporada, a projeção da direção colorada é arrecadar R$ 104,2 milhões com venda de atletas, R$ 166 milhões com cotas de televisionamento e R$ 45 milhões com patrocínios. Em 2020, no entanto, todos estes itens devem sofrer redução significativa.
Em 2020, a estimativa é arrecadar R$ 95 milhões com venda de atletas (queda de R$ 9,2 milhões), R$ 135 milhões com cotas de televisionamento (redução de R$ 31 milhões) e R$ 37 milhões com patrocínios (queda de R$ 8 milhões).
Segundo a direção do Inter, as dívidas herdadas da gestão anterior, liderada pelo presidente Vitório Piffero, ainda estão impactando negativamente os cofres colorados.
— Estamos carregando esse déficit desde que a gente assumiu. No primeiro ano, (o déficit) foi de R$ 62 milhões. É praticamente impossível liquidar esse déficit em quatro anos. Se uma empresa tem um faturamento de cerca de R$ 300 milhões e é encontrada com quase R$ 70 milhões de déficit, isso não se resolve em um curto espaço de tempo. Foram muitas dívidas acumuladas não pagas — explica o vice-presidente do Conselho de Gestão do Inter, Alexandre Chaves Barcellos.
Em 2016, o déficit foi de R$ 11,1 milhões. Já em 2017, o resultado negativo disparou para R$ 62,5 milhões. Em 2018, mesmo com o perdão de uma dívida de R$ 25 milhões do empresário Delcir Sonda, o clube fechou o ano com prejuízo de R$ 9,5 milhões.
Mesmo assim, a direção colorada esclarece que os números relativos à próxima temporada são apenas uma previsão. Afinal, não há como projetar com precisão quais receitas e despesas o Inter terá em 2020. Como o clube planeja cortar gastos, o déficit estimado pode ser reduzido. Além disso, a previsão de receitas realizada é considerada "conservadora" pela atual gestão. Isso significa que, se o resultado do futebol for bom, com a conquista de títulos, por exemplo, a arrecadação deverá ser maior, devido às altas premiações, que não estão contabilizadas na previsão orçamentária.
— Nós vamos cortar muita coisa ainda (gastos). Pode ser que o déficit seja um pouco menor. E estamos sendo mais conservadores na projeção (de receitas). Tudo dependerá de várias circunstâncias — completa Barcellos.