No dia 16 de dezembro de 2012, Paolo Guerrero marcou o gol mais importante da história do Corinthians. Foi o peruano quem balançou as redes na vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, na final do Mundial de Clubes daquele ano. Porém, mesmo com o nome eternizado no clube pela conquista, o centroavante do Inter deve ser vaiado pelos corintianos quando entrar em campo no jogo deste domingo (17), em Itaquera.
O motivo do "ranço" é a forma como o jogador deixou o Corinthians em 2015, aceitando uma proposta mais vantajosa do Flamengo.
— Existem várias maneiras de o jogador sair do clube. A forma que você conduz uma negociação pode fazer as pessoas esquecerem o que você fez. A forma como o Guerrero saiu do Corinthians pode ter manchado um pouco a sua imagem. Acho que ele não soube conduzir essa negociação (com o Flamengo). Os torcedores são passionais e colocam o clube acima de tudo. Não precisa (o jogador) colocar o dinheiro acima de tudo. Dá para fazer uma negociação mais tranquila por tudo aquilo que você fez. Acho que ele quis se colocar acima do clube. E não tem como competir com a história do Corinthians — avalia o ex-volante corintiano Zé Elias, comentarista dos canais ESPN.
Na ocasião, a direção do Corinthians fez um esforço para manter Guerrero, mas o peruano acabou sendo seduzido pela boa proposta pelo Flamengo.
— A torcida do Corinthians não perdoou a maneira como o Guerrero deixou o clube. A oferta corintiana era muito boa: três anos de contrato, R$ 12 milhões de luvas e R$ 550 mil mensais. A diretoria foi "inocentada". O tempo de contrato e o salário eram iguais aos oferecidos pelo Flamengo, mas o clube carioca ofereceu R$ 20 milhões de luvas. O Guerrero voltará sim a ser idolatrado pela torcida do Corinthians. Não tenho dúvidas. Mas isso só acontecerá mediante a duas situações: quando ele se aposentar ou se ele for jogar no exterior. Enquanto isso não acontecer, será visto como um traidor. A paixão pesa mais do que a razão — explica o jornalista Rodrigo Vessoni, do site Meu Timão.
Já o repórter Marco Bello, setorista do Corinthians na Rádio Transamérica, de São Paulo, aponta outra razão para o repúdio dos corintianos a Guerrero.
— Ele deu uma entrevista durante o processo de renovação de contrato com o Corinthians, e nessa entrevista, ele garantiu que não vestiria a camisa de nenhum outro clube do Brasil que não fosse o Corinthians. Ficou implícito então nesta entrevista que era ou a renovação com o Corinthians, que todos esperavam, ou então ele iria para um clube de outro país. Ele não renovou e, no mês seguinte, acertou com o Flamengo. Basicamente foi isso — relata.
Corinthians e Inter enfrentam-se neste domingo (17), às 18h, em Itaquera. Por estar voltando dos Estados Unidos, onde defendeu a seleção peruana em amistoso na sexta (15), Guerrero deve iniciar no banco de reservas.