Só há uma maneira de o Inter apagar o clima de desconfiança e incertezas que voltaram a cercar a equipe e o trabalho de Odair Hellmann, depois de perder a Copa do Brasil em casa para o Athletico-PR: ganhando do Cruzeiro, neste sábado, a partir das 21h, no Mineirão.
Com a campanha no returno do Brasileirão afetada por mais um vice-campeonato, o Inter teve uma vitória magra sobre a Chapecoense, uma derrota recheada de incidentes e de expulsões para o Flamengo, e um empate em casa com o Palmeiras, com o time ainda sentindo todos os efeitos do jogo do Maracanã.
Pois esse pacote de problemas na abertura do segundo turno do Brasileirão, fizeram com que o Inter saísse do G-4, passando ocupar a quinta colocação, mas quatro pontos atrás do Corinthians, o novo quarto colocado. Ou seja: mesmo que dê tudo certo para os colorados na rodada deste final de semana, a equipe seguirá congelada no quinto lugar — e fora do grupo de clubes com vaga direta à Libertadores.
Se todo o primeiro turno do Inter foi disputado em meio à Libertadores e à Copa do Brasil, em uma campanha muitas vezes sustentada pelo time reserva, agora, resta apenas o Brasileirão. Como foi no ano passado, quando o clube finalizou o campeonato na terceira posição. E Odair Hellmann começa a mexer em uma equipe que se tornou manjada pelos adversários. A começar pelas laterais.
Com Heitor no lugar de Bruno, e Zeca (enfim) como lateral-esquerdo, na vaga de Uendel, o técnico tenta dar dinamismo e velocidade ao ataque. A primeira amostragem foi a melhor possível justamente em Belo Horizonte, no recente 3 a 1 sobre o Atlético-MG. Se pela esquerda Zeca é um marcador frágil, no ataque, ele se aproxima mais de Iago do que Uendel. Na direita, Heitor ainda precisa amadurecer, mas a sua vitalidade já o torna um jogador superior ao veterano Bruno.
— O Inter tem buscado propor mais o jogo fora de casa. Não que seremos ofensivos, mas vamos buscar ter mais posse de bola. Odair está trabalhando isso. Será importante para termos mais chances de gol e conseguirmos melhores resultados. Se temos um rendimento muito bom no Beira-Rio, podemos fazer o mesmo fora de casa. Isso será importante para nos consolidarmos na ponta de cima — afirmou o goleiro Marcelo Lomba, ao comentar sobre a sequência do time fora de casa, contra Cruzeiro e CSA.
Mudanças à parte, o clássico do Mineirão é jogo de alto risco para o Inter. Uma derrota ou mesmo um empate pode deixar os colorados na sétima colocação, sendo superado por Bahia e por São Paulo. A sétima posição, por sinal, é a classificação na tabela que mais vezes foi ocupada pelo Inter em 2019: seis vezes. Ainda que esteja conseguindo se manter nas cercanias do G-4, ao menos em pontos, a equipe de Odair Hellmann jamais avançou da quarta posição, o seu teto até aqui.
— O Cruzeiro vai para o jogo de vida ou morte. Não há outro jeito. O time está de técnico novo, mas segue sob pressão. Além disso, só a vitória interessa ao Cruzeiro, para que possa começar a sair do Z-4 — afirmou Lélio Gustavo, comentarista da Rádio Superesportes, de Belo Horizonte.
Campeão do mundo com o Inter, o técnico Abel Braga assumiu o Cruzeiro com missão nada fácil para um clube em crise institucional: livrar os mineiros do seu primeiro rebaixamento. Logo na estreia, derrota para o Goiás. Assim, a partida deste sábado será de extrema pressão para o Cruzeiro. Para ter um estádio mais cheio do que o normal, a direção mineira fez uma promoção de ingressos, com os associados tendo direito a levar um acompanhante.
— Temos visto que cada partida tem uma história diferente. Assisti ao jogo contra o Goiás e eles foram bem. Infelizmente para eles, não fizeram os gols e acabaram tomando. Temos de fazer nosso jogo, e melhorar naquilo que estamos pecando — advertiu o meia Edenilson.
Abel enfrentará o Inter pela 20ª vez na história. Até aqui, equilíbrio nos confrontos Inter x Abel, com sete vitórias coloradas, quatro empates e oito vitórias do treinador, comandando Santa Cruz, Paraná, Coritiba, Athletico-PR, Ponte Preta, Fluminense e Flamengo.
— É complicado jogar em Goiânia, por causa da umidade. Mas eles correram, vi o semblante de cada um no vestiário. Posso falar que os torcedores gostaram do que viram, pediram que isso continue, e eu prometi a eles que vai continuar, mas com um pouco mais de sorte e felicidade — comentou Abel Braga, após a invasão de torcedores ao treino, em meio à semana, depois da derrota para o Goiás.
O Inter é o principal algoz do Cruzeiro na temporada, e quem provocou a crise dos treinadores no clube mineiro, a partir da eliminação na Copa do Brasil — com a queda de Mano Menezes. Agora, mais do que nunca, o Inter precisa de mais um bom resultado em Belo Horizonte para evitar que a instabilidade mude de lado.
Vai ter vaga direta à Libertadores? A caminhada do Inter no Brasileirão, rodada a rodada
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