Poderia ter sido uma vitória tranquila do Inter sobre o Cruzeiro, no Mineirão. Mas a cultura do recuo que se instalou entre os colorados nessa temporada fez com que a equipe de Odair Hellmann apenas empatasse em 1 a 1 diante de um time em grave crise, e que luta para não ser rebaixado no Brasileirão. Mesmo com o gol marcado por Nonato, com apenas nove minutos de jogo, o Inter não teve competência para ampliar ou mesmo segurar o resultado. Na quarta-feira (9), já sem Paolo Guerrero, que se apresentará à seleção peruana, e sem Nonato, suspenso, o Inter enfrentará o CSA de Argel Fucks, em Maceió.
Quando um time está em crise, em desespero, muda até o uniforme para tentar vencer. O Cruzeiro, mesmo jogando em casa, vestiu branco. O Inter, inteiro de vermelho. Nervoso, o time de Abel Braga começou o jogo marcando em cima, mas, em vez de roubar a bola, passou a cometer faltas.
Se os donos da casa se precipitavam, o Inter era todo paciência para construir as suas jogadas de ataque. E, em uma delas, ocorreu o lance que começaria a mudar a história do jogo. Após tabela de Guerrero, com Edenilson e Nico na frente de área, o uruguaio encontrou Nonato, que foi mais veloz do que os seus marcadores, tomou a frente, bateu na saída de Fábio, e fez Inter 1 a 0. Um gol de grande construção coletiva, como há muito não se via na equipe.
O gol transformou o apoio da torcida em vaias e apupos. Em momento algum o Cruzeiro conseguiu pressionar. Mais: sequer teve forças para propor um jogo de maior indignação. Além disso, os mineiros davam generosos espaços para o Inter, que não soube aproveitá-los no primeiro tempo. A melhor chance de gol do Cruzeiro foi com David, que tomou a frente de Heitor, invadiu a área, e bateu para fora.
No segundo tempo, o Inter recuou como de costume, e o Cruzeiro conseguiu empatar – em um pênalti marcado pelo VAR, em lance que mais pareceu cavado de Orejuela do que falta de Patrick dentro da área. Fred cobrou e marcou o 1 a 1, a 17 minutos. Com o gol, a torcida voltou a apoiar o Cruzeiro. Neilton foi a campo, no lugar do lesionado Nonato, a fim de devolver o Inter ao ataque.
Depois que Guerrero cobrou uma falta sobre o travessão, o Cruzeiro voltou à carga e, por pouco, não virou. Robinho, sozinho, cabeceou para baixo, a bola tomou efeito e se encaminhou para entrar no ângulo, quando Marcelo Lomba se jogou para salvar. Vendo que o adversário seguia a recuar, Abel Braga mandou a campo mais atacantes, ao seu melhor estilo consagrado "para dentro deles". E foi. Mas já não havia tempo para muita coisa. Em um jogo fraco, bem distante das grifes de Inter e Cruzeiro, a equipe de Odair Hellmann foi prejudicada pelo VAR – e pelo seu tradicional recuo.