Ricardo Colbachini é mais jovem do que D'Alessandro, Paolo Guerrero e Rafael Sobis. E tem a mesma idade do volante Bruno Silva: 33 anos. Ainda assim, sobrou para ele a missão de ficar na área técnica do Inter na dura partida deste domingo (13), às 16h, no Beira-Rio, contra o Santos de Jorge Sampaoli. Com a demissão de Odair Hellmann, o treinador do time de Aspirantes é o novo interino da equipe principal. Será o responsável por montar o plano de jogo diante do vice-líder do Brasileirão.
Apesar de nunca ter sido jogador profissional, o caxiense trabalha com futebol há quase uma década. Ainda cursando Educação Física, então com 17 anos, treinou o time sub-10 do Juventude, que tinha atletas como Alex Telles, Ramiro e Bressan – que, posteriormente, viriam a ser contratados pelo Grêmio. Aliás, também passou pela base tricolor. Porém, foi no Caxias onde recebeu holofotes pela primeira vez.
Assim como ocorrerá neste fim de semana, Colbachini assumiu o vestiário do time da Serra de maneira interina em 2011 – sob a bênção do ex-treinador do Caxias e ícone local Tite. Chegou, inclusive, a enfrentar o Inter de Celso Roth no Gauchão, empatando em 3 a 3. O maior feito, contudo, foi alcançado na Copa do Brasil, quando ajudou o clube a chegar às oitavas de final depois de vencer o Botafogo-PB. Dias depois, o clube anunciaria Guilherme Macuglia para o seu lugar.
— Ele assumiu após a saída do Lisca, quando perdemos a final do turno para o Grêmio nos pênaltis. E ele lidou com muita naturalidade, apesar de ser muito jovem. Soube lidar tanto com gestão de grupo como com a questão tática. Tinha uma linha muito próxima do Lisca, então não tivemos problemas para nos adaptar. É um rapaz que tem bastante potencial — avalia o volante Itaqui, que pertencia àquele time do Caxias e hoje atua no Paraná.
Após voltar para a base do Alfredo Jaconi, o treinador chamou atenção da diretoria colorada. Em 2013, foi contratado para a categoria sub-17. Subindo de maneira gradual, chegou ao sub-20 e, finalmente, ao time B.
Com o uniforme colorado, levou a equipe às finais das três edições do Brasileirão de Aspirantes. No primeiro ano, em 2017, conquistou o título sobre o Santos. Em 2018, acabou derrotado pelo São Paulo. E agora só não poderá buscar o bicampeonato no domingo, no clássico Gre-Nal agendado para Caxias do Sul, porque estará na casamata do Beira-Rio, comandando atletas como Víctor Cuesta, Nico López e D'Alessandro – seu auxiliar, Manu Corrêa, será o interino de Colbachini, enquanto ele for o interino do profissional.
— É um dos treinadores que tem mais títulos nas categorias de base no Brasil. Tem um grande potencial, sabe trabalhar bem taticamente com os meninos. É talhado para vencer. Está sempre nas finais, levantando taças — comenta Jorge Macedo, ex-diretor executivo do Inter e que, quando geriu a base colorada, foi responsável pela contratação de Ricardo Colbachini no Beira-Rio.
Apesar dos recentes apupos da torcida contra o time, Colbachini certamente não será vaiado quando os colorados escutarem o seu nome no sistema de som do Beira-Rio. E terá a sua grande chance no clube, afinal, o mais recente interino acabou ficando como treinador do Inter por quase dois anos.