Nunca ter sido rebaixado é um dos patrimônios do Cruzeiro. Único de Belo Horizonte a ter jogado sempre a primeira divisão do Brasileirão, o clube vê essa condição ameaçada ao final do primeiro turno da competição. Mesmo com a proximidade do Z-4, há um aspecto da Copa do Brasil que fará o clube dividir as atenções. E não é a busca pelo hepta, o que aumentaria sua vantagem como maior campeão.
É uma questão financeira. Afundado em dívidas, parcelando salários de jogadores e funcionários, investigado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção e má administração, o Cruzeiro precisa de uma injeção financeira. E ser finalista da Copa do Brasil traria, na pior das hipóteses, R$ 21 milhões aos cofres cruzeirenses, com o vice-campeonato. Se levantar o troféu, leva para casa R$ 52 milhões.
— Esse dinheiro vai dar um fôlego para a direção quitar parte do que deve — completa o jornalista Guilherme Piu, repórter do jornal Hoje em Dia.
Recentemente, para conseguir dinheiro, o Cruzeiro se desfez de jogadores como o zagueiro Murilo e o atacante Raniel, jovens promessas. E a venda apressada acabou reduzindo os valores das negociações.