Dez anos depois, o Inter está de volta à final da Copa do Brasil. A goleada sobre o Cruzeiro, por 3 a 0, em um Beira-Rio lotado (com 4 a 0 no placar agregado), colocou a equipe de Odair Hellmann na decisão. Para a surpresa de muitos, o adversário será o Athletico-PR que, horas antes, em Curitiba, eliminou o Grêmio nos pênaltis, por 5 a 4, depois de devolver o 2 a 0 do jogo de ida.
Na tarde desta quinta-feira, às 15h, os mandos de campo das finais do torneio serão sorteados na sede da CBF, no Rio. As datas estão confirmadas: 11 e 18 se setembro.
De quebra, a vitória sobre o Cruzeiro salvou o caixa colorado em 2019. Com R$ 21 milhões já garantidos - o prêmio destinado ao vice-campeão, podendo faturar R$ 52 milhões caso levante a taça -, o clube poderá fechar o ano com um inesperado superávit.
A goleada do Inter sobre o Cruzeiro, por 3 a 0, no Beira-Rio, no jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil, começou a ser construída em 14 de agosto, quando Paolo Guerrero telefonou para o técnico argentino Ricardo Gareca e pediu a dispensa dos amistosos da seleção peruana nos Estados Unidos.
Caso atendesse à convocação, o camisa 9 não estaria em campo diante do Cruzeiro, não faria dois gols e, possivelmente, deixaria a equipe em dificuldades ofensivas. Com um jogo superior e maduro, o Inter não deu chances ao Cruzeiro e se reabilitou da recente eliminação na Libertadores. O ano em vermelho passa pelo mata-mata com o Athletico-PR.
— Estou muito feliz por fazer parte desse grupo, que trabalha muito, com muita intensidade. Agradeço ao Inter, agradeço a tudo o que pertence ao Inter, não nos abalamos com a eliminação na Libertadores. Botamos muita intensidade. Aqui em casa somos imbatíveis. O gol vai para toda a torcida do Inter e para toda a torcida do Peru, que também sempre me apoia. Havia pedido a liberação para o professor Gareca, estou muito agradecido à torcida e aos meus companheiros — disse Paolo Guerrero, que voltou a marcar depois de cinco jogos, e que já soma 13 gols em 23 jogos com a camisa do Inter.
O vice de futebol Roberto Melo lembrou o esforço feito para que Guerrero estivesse em campo e destacou a necessidade de a equipe jogar ainda mais nas finais com o Athletico-PR.
— Vamos ter de nos superar, uma vez mais, para sermos campeões. O Athletico-PR é um grande adversário, a dificuldade será a mesma (que a de um Gre-Nal), eles são muito fortes na Arena. Aqui, somos muito fortes também, é difícil de nos ganharem aqui. Vamos nos preparar nestes dias que ainda temos para tentar dar esse título ao torcedor — disse Melo.
— Se ganha também fora de campo, se faz muitas coisas que influenciam na hora da decisão. O Guerrero podendo jogar essa partida, por exemplo. Trabalhamos muito para isso. Ele (Guerrero) também fez questão de não ser convocado para estar nesse jogo. Edenilson também fez um grande jogo, recebemos propostas, conseguimos mantê-lo, está feliz, e isso que tinha uma proposta irrecusável — afirmou Roberto Melo, informando que Nico recebeu uma oferta (do Tigres, do México), mas que não há encaminhamento para a sua venda.
Odair Hellmann ainda era volante quando, em 2009, o Inter conseguiu avançar à final da Copa do Brasil. O atual técnico do Inter recém havia parado de jogar, em 2011, quando o Inter conquistou o seu último grande título: a Recopa Sul-Americana. Agora, menos de dois anos depois de assumir a comissão técnica colorada, em situação de grave crise, em fins de Série B, o técnico devolve ao clube a condição de brigar por conquista de peso: a Copa do Brasil.
— O feito é de um trabalho realizado por todos. Pela direção, pela comissão, funcionários e grupo de jogadores, que agregam junto com o torcedor que esteve em todos os momentos. Quando assumi, disse que, no mínimo, iriamos brigar de igual para igual. Esse é o caminho e o processo para se conquistar. E, agora, temos a possibilidade da conquista. E o torcedor pode ter certeza que o grupo vai dar mais do que o seu máximo para buscar já o título. Não ganhamos nada, vamos ter de enfrentar um adversário dificílimo — declarou Odair.
— Quando você perde, é o pior, quando ganha é o melhor, cabe a mim não acreditar quando dizem que sou o pior, nem quando dizem que dou sou o melhor. O exemplo do Guerrero é um exemplo do comprometimento de todos os demais jogadores. Em algum momento, todos se comprometeram de alguma forma. Nosso coletivo é muito forte. Mas, agora, vou para casa tomar um venenoso (como ele chama o vinho) — completou o técnico, afirmando que deseja decidir o título no Beira-Rio.
A final da Copa do Brasil começará a ser disputada nesta quinta-feira, a partir das 15h, na sede da CBF, com a definição dos mandos de campo.