Ganhar da Chapecoense no Beira-Rio era a obrigação de um Inter que voltou a decepcionar em uma grande decisão. O 1 a 0 foi o que a equipe de Odair Hellmann parecia poder oferecer para o momento. Nesta quarta, o adversário será um dos traumas em 2019: o Flamengo, no Maracanã, onde o time de Jorge Jesus tem 100% de aproveitamento no Brasileirão.
Nove pontos à frente do Inter, o líder do campeonato nacional surge na vida dos colorados quase como um desafio final. Se a equipe atual realmente tem pretensões de título, vencer no Rio é obrigação. D'Alessandro, lesionado, seguirá fora. Sobis e Nonato, fora da partida de domingo devido a contusões, ainda serão reavaliados, mas dificilmente jogarão.
Eliminado pelo Flamengo na Libertadores, o Inter tenta se reinventar na temporada, a fim de não lutar apenas por vaga para 2020.
— Acho que há uma mensagem para o torcedor: temos carinho por eles. Raça e vontade nunca faltam. Pode faltar um dia, que não estiver claro na parte técnica. Isso tem de estar claro. Demos tudo hoje (domingo), apesar de quarta (a derrota na final da Copa do Brasil para o Athletico-PR), que foi duríssimo. Mas raça e vontade nunca vão faltar — disse Paolo Guerrero.
— Tenho de vir ajudar. Aqui, sempre falei: quem ganha é o Inter. Não preciso fazer gol, preciso ajudar os meus companheiros. Quem ganha é o Inter, o torcedor quer isso. O Inter é um dos grandes do Brasil, tem de estar sempre na frente — completou o camisa 9.
Um Odair Hellmann surgiu para a entrevista falando em tom de desabafo. Pressionado pela derrota na Copa do Brasil, o treinador lembrou as dificuldades para a equipe recomeçar após perder o título para o Athletico.
— Em vários momentos conversei (com os jogadores) antes dos treinamentos. Falei uma coisa muito importante a eles: na vida, quando acontece algo de ruim, você tem um tempo para amenizar. No futebol, com a vitória e o tempo, você consegue amenizar essa dor. Tínhamos de buscar coletivamente um padrão, mas, se isso não acontecesse, tínhamos de buscar a vitória — comentou.
— Realmente, é muito difícil para todos os profissionais perder um título na quarta-feira, não conseguir dormir na quinta e na sexta-feira, e voltar a competir no domingo. Isso mexe com a parte comportamental e psicológica. Nesse contexto, a vitória era muito importante. A equipe buscou, insistiu, foi guerreira, como sempre é, para buscar o resultado. Em alguns momentos com calma e em outros apressou. Conseguimos, o time está de parabéns. Além de tudo isso, tivemos dois gols anulados, o que torna tudo mais nervoso e ansioso — avaliou.
O técnico do Inter ainda tratou de tirar a pressão de sua equipe, devido ao jogo diante do Flamengo. Segundo Odair, a partida do Maracanã não decide o futuro da equipe.
— Ele (o jogo com o Flamengo) é importante, como o jogo contra a Chapecoense foi. Na soma dos três pontos, na parte de cima da tabela, para você continuar buscando o título. Não adianta ganhar um e perder outros 17. O campeonato não acabou ainda, e quem pensar assim vai se dar mal. É um campeonato muito difícil, muito complicado. É um jogo importante para diminuir diferença, sim. Agora, existem 18 rodadas, e cada ponto fará diferença no final — afirmou Odair Hellmann.
Já o vice de futebol Roberto Melo protestou contra o VAR. Segundo ele, o gol de Neilton foi mal anulado, e o dirigente se disse preocupado com determinadas revisões da arbitragem:
— O segundo gol (anulado) me parece um absurdo, contatos ocorrem a todo o momento. Se aquele é um lance da falta (o VAR acusou falta de Edenilson no lateral-esquerdo Bruno Pacheco, antes de o lance ter sequência) para anular, o Guerrero sofre dois, três pênaltis por jogo. O Corinthians teve pênalti inexistente marcado contra o Bahia. Isso começa a nos preocupar. Lances que sequer deveriam ser chamados pelo VAR, começam a ser chamados, e a interpretação dele (árbitro) segue com problemas. Tivemos de fazer três gols para valer um.
O Inter tenta recomeçar na temporada. Uma vez mais.