O Gigantinho, mais famoso ginásio de esportes de Porto Alegre, voltará à vida. E, no que depender do Inter e de investidores, retornará muito breve. O clube espera definir até o final de agosto a empresa que assumirá o complexo, para torná-lo multiuso — desde shows a eventos esportivos, passando por convenções — e, sobretudo, revitalizá-lo, uma vez que a casa com quase cinco décadas não recebe investimentos há anos.
O edital será lançado até o final desta semana e o clube já sabe que há três grandes empresas interessadas em assumir o Gigantinho, bancando uma ampla reforma de até R$ 20 milhões, e ficando com o direito de explorar o renovado ginásio multiuso por 20 anos, além de ficar com os naming rights pelo mesmo período. Em contrapartida, o Inter receberá um percentual (não definido) sobre a receita bruta do aparelho. À frente do processo está o entusiasmado João Pedro Lamana Paiva, vice-presidente de negócios estratégicos colorado.
— Queremos que o Gigantinho volte a ser aquela casa de espetáculos não só do esporte, mas que receba novamente os grandes shows. Não podemos ter despesas e temos de lucrar com ele. Que ele volte a ser a grande referência de Porto Alegre. Nosso plano é que o ginásio dê ao Inter uma maior contribuição, tanto para a nossa torcida, quanto para a cidade. Ele voltará a ter uma importância na vida dos colorados — disse Lamana Paiva.
O Gigantinho, que dias atrás foi notícia nacional quando o Inter o abriu na noite mais fria do ano para abrigar pessoas sem um teto, é sede da Feci (Fundação e Educação e Cultura do Inter), com biblioteca para 80 mil obras, e das escolinhas de futsal do clube.
— Com a reforma do Gigantinho, poderemos até reativar nosso time campeão de futsal. Além disso, manteremos as escolinhas da modalidade, e poderemos aumentá-las para criar também as de futsal feminino — afirma o dirigente. — Já a Feci será deslocada para um espaço maior, ao lado da Universidade Colorada (no Beira-Rio) — acrescenta Lamana Paiva.
Além do processo de parceria do Gigantinho, o vice de negócios estratégicos é responsável pelo projeto que deve alavancar de vez as finanças do Inter - e de dar condições financeiras ao clube de concorrer minimamente com os endinheirados Palmeiras e Flamengo: o entorno do complexo Beira-Rio, uma área de 15 hectares, em zona nobre da cidade.
— Se tudo der certo, no ano que vem começaremos com as obras no entorno do Beira-Rio. Nosso projeto segue ousado, de torres de hotéis a centro clínico. Temos um potencial enorme, que começará a ser explorado. O futuro do clube está nesta rentabilidade. O nosso patrimônio é que bancará o clube, o futebol profissional e as categorias de base em um futuro breve — assegura Lamana Paiva.
Inaugurado em 4 de novembro de 1973, o Gigantinho completará 46 anos. O ginásio já recebeu grandes shows internacionais, de Ramones a Pearl Jam, passando por The Cure, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden, até Elis Regina, Legião Urbana, Caetano, Gil, Ney Matogrosso, entre outras estrelas, com a casa lotada para até 15 mil pessoas, além de eventos esportivos — o Inter foi campeão mundial de futsal batendo o Barcelona, na temporada 1997, no Gigantinho. Há anos o clube buscava uma solução definitiva para o seu equipamento. Tudo indica que o ginásio esteja pronto para voltar à vida.