Passado o Gre-Nal 418, o Inter agora se volta de corpo e alma à Libertadores da América. Após um recesso de 78 dias no torneio, o jogo de ida das oitavas de final contra o Nacional, em Montevidéu, nesta quarta-feira (24), terá Odair Hellmann podendo utilizar time completo no Parque Central. A escolha por utilizar apenas dois titulares (Víctor Cuesta e Edenilson) para começar o clássico do Beira-Rio, se não deu a vitória ao Inter, ao menos serviu para assegurar que o treinador poderá utilizar a equipe principal na Libertadores. Nenhum titular saiu lesionado –além de Rodrigo Dourado, que já estava fora, por lesão no joelho, e que seguirá fora.
— Vi muito o Nacional. Aproveitei a parada (para a Copa América) e tenho observado bastante o Nacional. É um time de muita competitividade, de marcação forte, de imposição física e de transição rápida. Vi os três jogos deles (em casa) na Libertadores, é um time bem compactado, defensivamente agressivo, no homem da bola. No mínimo, teremos de competir e disputar esse jogo para depois tentar fazer o nosso jogo, de bola no chão. Quem for lá (ao Parque Central) e não dividir, não competir, vai ter dificuldade, porque eles crescem na partida — comentou Odair Hellmann.
O treinador do Inter lamentou o empate no Gre-Nal. Entendeu que a sua equipe merecia vencer, devido ao conjunto do clássico. Porém, justificou a utilização de um time quase todo reserva, de olho na Libertadores.
— Se você repete o time (que venceu o Palmeiras, pela Copa do Brasil) no Gre-Nal, não vai ter o nível de atuação na quarta-feira (contra o Nacional), e ainda pode perder jogadores, como o Flamengo perdeu (Arrascaeta, lesionado). Têm jogadores que não jogaram o Gre-Nal porque não tinham condições de atuar. O que caiu no segundo tempo foi a intensidade na marcação. O Grêmio teve mais facilidade para trocar passes. Mesmo assim, não criou nada. Cruzou uma bola na área e fez o gol — afirmou o treinador colorado. — Para que você consiga jogar esse nível de jogo, tem que contar com o grupo todo. Jogos decisivos assim geram muito mais desgaste. O Grêmio tem que comemorar esse ponto, jogou pouco para ganhar o jogo. Se fosse para ter um vencedor, era o Inter. Tem muito Brasileiro pela frente ainda e uma sequência de vitórias te coloca na parte de cima — concluiu.
O vice de futebol Roberto Melo, o Inter precisará manter na capital uruguaia o mesmo nível das atuações que teve até aqui como visitante na Libertadores (vitórias sobre Palestino e Alianza, empate com o River Plate).
- Temos que mostrar equilíbrio para jogar fora de casa também. Principalmente no Brasileirão. Na Libertadores, tivemos três jogos fora e só não vencemos o último, contra o River, por uma bobeira no fim do jogo. Precisamos manter isso e fazer um bom jogo com o Nacional. Não é uma equipe que proponha o jogo, ela prefere dar a bola para o adversário. Dá para manter o nível de atuação, mas precisamos melhorar fora de casa no Brasileirão e manter o nível em casa. Temos que ter grupo para trocar algumas peças e manter o padrão. E isso a gente tem - disse o dirigente.
Melo, porém, lamentou o gol d empate no clássico:
— Talvez o mais justo fosse mesmo o empate, mas, para nós, faltou um pouquinho de capricho para matar o jogo ainda no primeiro tempo. Levamos um gol numa jogada quase despretensiosa, numa bola aérea tomamos o gol. Não era o que queríamos, mas não dá para dizer que foi algo injusto.
Se o Inter não perdeu nenhum titular para o retorno à Libertadores, ficou sem mais um suplente. Depois das lesões musculares de William Pottker e de Zeca, mais a baixa do zagueiro Roberto (desconforto muscular), e a contusão no joelho de Rodrigo Dourado, dessa vez, Emerson Santos saiu lesionado, sentindo uma fisgada na coxa direita. O jogador, porém, é dúvida para a viagem ao Uruguai. Assim, caso Emerson não tenha condições de atuar, do grupo de 30 atletas do Inter inscritos na Libertadores, Odair terá à disposição 22 jogadores de linha. O Inter voltará aos treinos nesta segunda-feira, embarcando para a volta à Libertadores na terça.