Desde que o São José resolveu substituir a grama natural pelo gramado sintético, em 2011, muita polêmica se gerou. Toda a vez que a dupla Gre-Nal vai jogar no estádio do Passo D'Areia, fala-se mais sobre o campo do que a respeito do time adversário. Pois neste domingo (27), quando o Inter entrar em campo, às 17h, pela terceira rodada do Campeonato Gaúcho, se transformará na primeira equipe a encarar uma partida oficial no novo piso, recentemente trocado.
— A gente sabe que é diferente. Pode encontrar um pouco de dificuldade no início, mas é entrar concentrado nos 90 minutos para conseguir se adaptar o mais rápido possível e não sofrer nenhum tipo de surpresa — comentou o meia Patrick.
Iniciada ainda em outubro, a revitalização do gramado custou mais de R$ 1 milhão aos cofres do Zequinha (como é carinhosamente chamado o clube da zona norte da Capital). O principal objetivo era nivelar o campo e amenizar o aquecimento da borracha localizada abaixo da grama artificial.
— Quando programamos a troca, fizemos um estudo com relação às imperfeições que existiam, pela questão do nivelamento. Não é o gramado da Arena da Baixada, mas atende às nossas necessidades, porque não temos centro de treinamento e usamos o gramado também para treinar. É um gramado diferente, que adere menos calor. Fizemos agora o sistema de irrigação, o que tira um pouco a ideia de que o gramado é muito quente — revela Luciano Oliveira, gerente-executivo do São José.
Aliás, na próxima semana, um representante da Fifa fará uma vistoria no estádio para que, com a aprovação da entidade máxima do futebol, o clube receba o aval da CBF para receber jogos da Série C do Brasileirão a partir de abril. Porém, conforme Rafael Jaques, técnico da equipe há duas temporadas, não há motivos para reclamação — seja para os rivais estaduais ou nacionais.
— Ainda continua sendo um gramado sintético, porém, mais moderno, muito mais nivelado, que dá melhor condição de jogo, de mais fácil adaptação e similar ao gramado natural. Então, a troca foi muito boa, em função da melhora da qualidade que o jogo vai proporcionar a partir de agora — avalia o treinador.
Nas duas primeiras rodadas do Gauchão, o São José jogou fora de casa (contra Aimoré e Juventude). Contudo, caso os comandados de Odair Hellmann precisem de alguma dica sobre o gramado, podem entrar em contato com membros da comissão técnica ou jogadores do Caxias. Além do Tamoio e do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, o clube serrano foi o rival de preparação do Zequinha para o início do Estadual.
— Muitos jogadores da nossa equipe atuaram pela primeira vez em um campo sintético. A bola fica mais viva, corre mais e quica muito. Isso nos atrapalhou nos primeiros 15 minutos de jogo, mas depois que nos adaptamos ficou mais fácil. Tem uma diferença mesmo, mas não tem jeito. Tem de se habituar — atesta o lateral-esquerdo Samuel Balbino, autor do gol que deu a vitória por 1 a 0 à equipe caxiense no Passo D'Areia.