Até o final deste mês, os dirigentes do Inter terão de sentar para conversar com Odair Hellmann. Efetivado no cargo ao final da Série B de 2017, o treinador está prestes a encerrar sua primeira temporada como técnico e, com ela, seu contrato. Porém, o próprio Odair evita tratar da renovação neste momento decisivo do Brasileirão.
— Ninguém falou comigo ainda. Não sentamos para conversar, mas acho que o momento é de disputar essa reta final com concentração — disse Odair, atração do programa Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, nesta terça-feira (6).
Volante formado nas categorias de base do clube como jogador, Odair retornou ao Beira-Rio em 2009, depois de encerrar a carreira de jogador de forma abrupta. Ele era um dos passageiros do ônibus do Brasil-Pel que capotou em janeiro de 2009, provocando três mortes. Até alcançar o atual patamar, foi observador, auxiliar técnico da base, dos profissionais e técnico interino. Agora, prestes a classificar o time para a Libertadores, se afirma como uma das revelações da temporada.
— Penso da mesma forma que no início da carreira, degrau a degrau, sem dar um passo maior do que a perna. Estamos bem no Brasileiro, mas não penso que sou o melhor. Hoje, sou treinador de futebol e seguirei minha carreira como treinador. Depois de você receber uma oportunidade em um clube grande como o Inter e dar conta do recado, não tem mais volta — comenta ele.
Mas, ao mesmo tempo em que admite evitar falar da renovação, ele deixa escapar nas entrelinhas que projeta a próxima temporada. E, com ela, a utilização de mais garotos das categorias de base.
— O planejamento no próximo ano é tentar oportunizar mais aos garotos da base para que, em um time mais equilibrado, em um clube mais consolidado, possam render e mostrar seu trabalho. Temos muitos garotos da base treinando conosco. Mas, se não estão sendo aproveitados, descem para jogar no sub-23, porque é ali que eles vão amadurecer — explica.
Sendo assim, alguém pode perguntar: por que já não dar chance aos meninos agora? Richard, José Aldo e, principalmente, Sarrafiore são alguns dos nomes reivindicados pelo torcedor.
— Tu achas que, se não tivesse alguém treinando comigo e arrebentando, não receberia a oportunidade? Então, é um processo — avalia Odair, que busca no passado recente uma explicação — Em 2016, enchemos o time de garotos, caímos para a Segunda Divisão e queimamos os garotos. Hoje, ninguém consegue ouvir o nome do Andrigo, por exemplo. Se, naquele momento, que na história do Inter não existia a queda para Série B, não era factível que se desse um Campeonato Brasileiro para uma quantidade grande de garotos, imagina voltando dos piores anos da história? O objetivo era estabilizar a equipe, o clube e, dentro da circunstância, oportunizar aos meninos — conclui o técnico.
Assista na íntegra a participação de Odair Hellmann no Bola nas Costas: