Inter e Vitória, na tarde deste domingo (30), no Beira-Rio, pela 27ª rodada do Brasileirão, foi um jogo daqueles para marcar uma campanha. O drama de sair atrás do placar, sofrendo um gol contra, logo no primeiro minuto de jogo, e buscar o 2 a 1 aos 40 minutos do segundo tempo, recolocou a equipe de Odair Hellmann na briga pelo título nacional.
Erros de arbitragem à parte (do árbitro Sávio Pereira Sampaio), de um gol mal anulado de Nico López, ao pênalti mal marcado, que deu a vitória aos colorados, o Inter precisava ganhar no Beira-Rio. Um terceiro tropeço seguido poderia alijar o time de pretensões mais altas em um Brasileirão, que passa a ter o Palmeiras na liderança. O Inter está empatado em pontos com a equipe de Felipão, mas perde no saldo de gols: 23 a 18.
O Inter volta a campo nesta sexta-feira, em Recife, diante do Sport. Víctor Cuesta e Edenilson, ambos suspensos, estão fora da partida. Leandro Damião, com uma fisgada no adutor da perna direita, passará por revisão nesta segunda-feira. Patrick retornará ao time. Já o Palmeiras terá no sábado o clássico com o São Paulo, no Morumbi. Não haverá rodada no domingo por causa das eleições.
- É sempre difícil jogar lá, contra o Sport, um time que vem com treinador novo, que mobiliza muito as equipes - disse o vice de futebol do Inter, Roberto Melo.
O dirigente projetou a manutenção do Inter com vitórias em casa nos seis jogos que restam no Beira-Rio (São Paulo, Santos, Atlético-PR, América-MG, Atlético-MG e Fluminense) e buscando pelo menos outros dois triunfos como visitante (contra Sport, Vasco, Ceará, Botafogo e Paraná), o que daria ao Inter pontuação de campeão: 77 pontos - a projeção aponta o título para qualquer equipe que atingir pelo menos 76 pontos.
— Se fizermos a nossa parte, vencermos em casa e buscarmos pontos fora, duas ou três vitórias, temos plenas chances de sermos campeões. O Palmeiras (atual líder) tem um grupo qualificado, que troca de jogadores e não muda muita coisa. A qualidade é parecida. O Palmeiras é um grande adversário, como são São Paulo e Grêmio - comentou Melo.
Questionado sobre os erros de arbitragem, o dirigentes afirmou:
— O campeonato já está em seu último terço e a gente não estava falando tanto de arbitragem. Os erros acontecem. No mesmo jogo tivemos um gol mal anulado. Acho que o árbitro ficou com essa impressão: o jogador do Vitória estava posicionado dentro da área e, quando o Camilo bate a falta, ele se adiantou para fora da área. Mas a profissionalização da arbitragem é o caminho, pois não vamos conseguir extinguir os erros.
Odair Hellmann destacou a bravura de seu time para reagir no jogo. E destacou a importância da volta de D'Alessandro ao time e de poder contar com um elenco maduro a essa altura do campeonato.
- D'Alessandro teve tranquilidade (para bater o pênalti), é um lance decisivo. Outros jogadores poderiam bater, têm essa experiência. Eu fico muito concentrado para que ele bata bem e faça o gol. Era uma vitória importante para nós, para a consolidação da nossa campanha, no macro. Esse grupo está fortalecido, tem qualidade. E isso faz muita diferença. Em um campeonato de 38 rodadas, um time não vai conseguir performar dessa forma com 10, 11 jogadores. Estou feliz com o respeito entre eles, com os resultados. O trabalho que estão fazendo no dia a dia. Isso tudo reflete o resultado. Estamos trabalhando muito. Junta a qualidade, torcedor, muitos fatores para que isso aconteça - declarou o treinador colorado. - Eu passaria a faixa de capitão para ele (D'Alessandro) e ele disse: "Não, o Rodrigo Dourado segue como capitão". Nosso grupo atingiu uma maturidade. Por isso, quando entra ou quando um outro inicia consegue dar a resposta como grupo - completou.
E Odair finalizou, elogiando a postura do time para reagir na partida:
— Toda equipe tem coisas a corrigir. Vamos corrigir ganhando. Quem perde, não tem tempo de corrigir. Uma equipe que ganha 15 partidas no campeonato, perde quatro, até agora, nós não ganhamos só no esforço. O esforço faz parte do processo. Quem não tem garra, organização, qualidade, grupo, não ganha. E nós temos tudo isso.
D'Alessandro comemorou o gol da vitória, em cobrança de pênalti, imitando ter uma bengala nas mãos. E, depois, explicou:
— Estavam pedindo a minha saída do time, depois, estavam pedindo para eu entrar. Tenho colegas que me chamam de velhinho. Fico feliz, é outra fase da minha carreira, da minha vida, é uma brincadeira sadia.
Na sexta-feira, o Inter jogará na Ilha do retiro de olho na liderança do Brasileirão.