Sempre na história do Internacional, tivemos aquele jogador referência do time, o craque. Larry, Claudiomiro, Falcão, Fernandão, Figueroa e muitos outros, falo do vendedor de camisetas, aquele que todos correm na hora que o ônibus chega perto do estádio, o jogador que pode até errar que relevamos por ter feito tanto pelo clube que não temos o direito de reclamar.
Muitos acham que por vezes criamos uma dependência desse tipo de jogador, que não existiria o Santos sem Pelé, nem o Flamengo sem Zico, o Vasco sem Roberto Dinamite ou o Cruzeiro sem Tostão. Confesso que não sei o que seria desses clubes sem eles, os craques, mas de uma coisa eu sei muito bem: esses caras fizeram por merecer. Aquela jogada na hora certa, aquele drible que faz levantar a torcida, a liderança e a segurança que eles transmitem para o torcedor.
O juiz marca uma falta no Maracanã e quem bate é o Zico. Logo vem na mente do torcedor a magia de um lance que poderá mudar o resultado, Tostão entra driblando área adentro e pode virar golaço. "Mete na área que o Dinamite resolve", grita o torcedor do Vasco.
Assume o risco
No Inter, toda a esperança está nos pés do capitão D'Alessandro. O jogo estava terminando empatado e ele pede a bola. Assume o risco da esperança: "cruzo ou bato direto". O craque sempre resolve o que seria certo naquele momento, e o argentino corre para a bola e pensa: "se eu for o cara do Inter, eu guardo essa falta." Guardou e, se guardou, ele pode dizer que é O Cara!